Brasil se aproxima das exportações de milho da China à medida que Pequim aprova comerciantes
A alfândega chinesa atualizou sua lista de exportadores brasileiros de milho aprovados na quarta-feira, uma medida que uma autoridade agrícola brasileira disse que poderia impulsionar as vendas de milho para a segunda maior economia do mundo.
As aprovações podem reformular os fluxos comerciais globais e resultar em menos vendas para os agricultores dos Estados Unidos, o maior fornecedor mundial de milho. A China dependia dos Estados Unidos e da Ucrânia para a maior parte de seus suprimentos de milho, mas a invasão da Ucrânia pela Rússia interrompeu as exportações.
"É uma boa alternativa para o Brasil, ter (mais) mercados para enviar produtos", disse Glauco Bertoldo, diretor de inspeção de produtos vegetais do Ministério da Agricultura do Brasil.
Ele disse em entrevista que a lista de instalações brasileiras aprovadas que podem exportar milho para a China pode ser atualizada para incluir mais unidades nas próximas semanas.
A nova lista no site da Administração Geral de Alfândegas da China incluiu 136 instalações de exportação de milho, incluindo instalações de propriedade da Archer-Daniels-Midland Co, Bunge Ltd, Cargill, Louis Dreyfus Company e Cofco International.
Cofco se recusou a comentar. Outros exportadores não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
Assim que a China começar a comprar milho do Brasil, os tradicionais importadores brasileiros de milho, como Espanha e Egito, poderão transferir parte de suas compras para os Estados Unidos.
"Provavelmente haverá algum comércio de cavalos. Mas a China vai acabar comprando mais milho da América do Sul e menos dos Estados Unidos", disse Craig Turner, corretor de grãos da StoneX.
Pequenas importações chinesas do Brasil podem começar em breve, mas embarques maiores não são esperados até que a próxima colheita comece no início de 2023, acrescentou.
Pequim e Brasília assinaram um protocolo para exportar milho do Brasil para a China em 2014, mas pouco comércio aconteceu devido a requisitos complexos de inspeção.
Os países concordaram com um protocolo revisado durante as negociações em maio, apenas alguns meses depois que a Rússia invadiu a Ucrânia.
A alfândega da China também publicou uma lista de 14 instalações brasileiras aprovadas para exportar farelo de soja para o país, incluindo as de propriedade da Bunge Ltd e da Olam, de acordo com um documento publicado no site da alfândega.
A Olam não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A demanda por farelo de soja, no entanto, deve ser limitada, dada a grande capacidade de produção doméstica da China, disseram traders e analistas.
A China deve importar 18 milhões de toneladas de milho na safra 2022/23 que começou em outubro, segundo o Ministério da Agricultura.
As importações da China da Ucrânia diminuíram para menos de 2.000 toneladas em setembro deste ano, deixando a China dependente dos EUA para a maior parte de seus suprimentos no exterior.
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