JPMorgan espera continuar crescendo na América Latina com perspectivas melhores

O JPMorgan Chase & Co continuará crescendo na América Latina nos próximos anos, pois espera que as perspectivas geopolíticas da região melhorem, disse Alfonso Eyzaguirre, diretor executivo do banco para a América Latina e Canadá.

Mudanças políticas nas eleições para novos governos de esquerda não mudarão os planos, disse Eyzaguirre à Reuters em entrevista, acrescentando que não se espera que a volatilidade de curto prazo afete as perspectivas de longo prazo.

Ele espera que a América Latina lucre com as mudanças.

"Um exemplo é o aumento do investimento estrangeiro direto alimentado pelo nearshoring, a transferência de parte da manufatura da China para a América Latina para enfrentar as interrupções na cadeia de suprimentos observadas desde a pandemia de COVID", disse Eyzaguirre.

O México é um dos países mais favorecidos pelas tendências de nearshoring, acrescentou.

Os fluxos financeiros para a região dispararam após o ataque da Rússia à Ucrânia e maior tensão entre os Estados Unidos e a China.

A América Latina também deve receber uma grande parte do investimento privado para enfrentar a mudança climática, acrescentou Eyzaguirre.

O JPMorgan vem adicionando headcount e novos serviços para clientes corporativos na América Latina. Seus funcionários na região chegaram a cerca de 6.200 este ano, ante 4.750 em 2020. Ela montou um centro de tecnologia na Argentina para desenvolver produtos globais.

O Brasil e a Grã-Bretanha são os únicos países além dos Estados Unidos onde o JPMorgan tem atividades bancárias de varejo.

Controla o banco digital Chase UK e, no Brasil, comprou uma participação de 40% no C6 Bank, fundado pelo ex-sócio do Banco BTG Pactual, Marcelo Kalim.

"Escolhemos o Brasil devido ao tamanho da população, alto uso de internet, além de regulamentações do banco central já adaptadas para fintechs", disse Eyzaguirre.

O C6 Bank alcançou 21,3 milhões de clientes no mês passado.