Setor de mineração da Argentina ameaçado pela escassez de importações importantes, diz grupo industrial
O setor de mineração da Argentina pode ser forçado a fechar se o governo não remover as barreiras à importação de suprimentos essenciais, disse a câmara de mineração CAEM do país na quarta-feira.
A queda dos preços internacionais dos metais e os custos mais altos também estão pesando nos projetos de mineração, segundo a câmara, que culpou o governo por atrasos nas autorizações regulatórias, inclusive para as licenças SIRA e SIRASE, que permitiriam aos importadores acessar a taxa de câmbio oficial.
A escassez coloca em risco "os ritmos de produção, com a possibilidade de que isso termine com um desligamento completo", segundo um comunicado do CAEM.
O grupo industrial enfatizou que o setor de mineração precisa ter acesso garantido a insumos como pneus grandes para veículos e produtos químicos especializados para continuar produzindo, inclusive para expansões de projetos e novas minas.
A Argentina, segunda maior economia da América do Sul, produz ouro, prata, cobre e lítio.
Mas o governo, buscando proteger a oferta cada vez menor de dólares americanos do banco central, exige que os importadores obtenham autorização para comprar mercadorias usando a taxa de câmbio oficial rigidamente controlada.
A taxa de câmbio oficial da Argentina, oscilando em torno de 160 pesos por dólar americano, é muito menor do que várias outras taxas aprovadas pelo governo ou a taxa paralela do mercado negro de cerca de 306 pesos por dólar.
A Argentina registrou um superávit comercial do setor de mineração de US$ 319 milhões em setembro, com as exportações totalizando cerca de US$ 367 milhões, compostas principalmente de embarques de ouro e prata, enquanto as importações do mês totalizaram apenas US$ 49 milhões, segundo dados oficiais.
A câmara acrescentou que a indústria de mineração do país é um dos três únicos setores que no ano passado geraram divisas líquidas para os cofres do banco central, com exportações de mineração este ano avaliadas em US$ 3,8 bilhões.
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