21 recrutas russos mantidos em cativeiro por se recusarem a participar da guerra na Ucrânia

Pelo menos 21 recrutas russos estão sendo mantidos em cativeiro na região de Donetsk depois de se recusarem a lutar na guerra na Ucrânia, de acordo com um relatório.

Os recrutas não estão sendo informados por que são mantidos em cativeiro em um porão na vila de Zavitne Bazhannia, informou o site de notícias independente Meduza , citando uma carta das esposas e mães dos militares detidos obtida pelo projeto de mídia russo The Insider.

Parentes afirmaram na carta que os recrutas apresentaram relatórios escritos dizendo que não queriam se juntar à guerra porque é contra sua consciência. De acordo com a carta, os comandantes das unidades estão agora tentando forçar os recrutas a retirar suas declarações. Alguns dos métodos que os comandantes estão usando incluem reter alimentos e itens de higiene pessoal, bem como ameaçar enviá-los para as linhas de frente ou serem baleados por um pelotão de fuzilamento.

A carta também observou que pelo menos oito dos recrutas cativos têm isenções oficiais do serviço militar depois de trabalhar no complexo de mineração e metalurgia Dalnogorsk Dalpolymetal. A planta tem o status de empresa de defesa, o que dá aos funcionários isenção de serem mobilizados para o exército russo.

Esta não é a primeira vez que o exército russo é acusado de manter soldados em cativeiro por se recusarem a lutar na guerra. Em julho, dezenas, possivelmente até centenas de soldados russos que se recusaram a continuar lutando e indicaram planos de deixar o exército foram mantidos em cativeiro no Oblast de Luhansk, informou Meduza , citando jornalistas.

Tropas russas que foram mantidas em cativeiro em julho teriam dito que foram guardadas por mercenários do infame grupo Wagner e foram deixadas "sem comida" e pertences durante o cativeiro.

O presidente russo, Vladimir Putin , anunciou a "mobilização parcial" de 300.000 reservistas em setembro para reforçar suas forças na Ucrânia. No final de outubro , o Ministério da Defesa russo anunciou que a mobilização havia terminado, acrescentando que o país enviou 82.000 soldados mobilizados para as linhas de frente na Ucrânia.

Atualmente, não está claro quantos dos recrutas mobilizados morreram na guerra na Ucrânia. No entanto, o exército russo perdeu 77.170 soldados desde o início da invasão em fevereiro, incluindo 710 mortes no último dia, segundo estimativas do Ministério da Defesa da Ucrânia.