Alemanha adverte a China sobre 'consequências' se enviar armas à Rússia, mas 'otimista' isso não acontecerá
Alemanha está "relativamente otimista" de que a China não enviará armas letais para a Rússia
A Alemanha ameaça a China com consequências se ela prosseguir com seus supostos planos de fornecer assistência letal à Rússia para ajudar em sua guerra contra a Ucrânia.
Em entrevista à CNN , o chanceler alemão Olaf Scholz disse que é possível que seu país possa sancionar a China se ela enviar armas para a Rússia. Mas ele está "relativamente otimista" de que Pequim atenderá ao alerta.
"Acho que teria consequências, mas agora estamos em um estágio em que deixamos claro que isso não deve acontecer e estou relativamente otimista de que teremos sucesso com nosso pedido neste caso, mas teremos que procurar nisso, e temos que ser muito, muito cautelosos", disse Scholz, conforme citado pela Associated Press.
Scholz também afirmou que ele e outros líderes europeus "concordam que não deve haver entrega de armas", e o governo chinês já disse que não planeja fazê-lo.
No entanto, Scholz disse que ainda observaria se a China cumpre suas palavras.
As relações China-Rússia estiveram sob intenso escrutínio nas últimas semanas depois que os EUA, aliado próximo da Alemanha, revelaram um relatório de inteligência sugerindo que a China está considerando enviar armas e munições para a Rússia.
Apesar da revelação, o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, reconheceu que a China não avançou com seu suposto plano. Mas Pequim não está fechando as portas para o possível fornecimento de ajuda letal à Rússia.
Sullivan alertou Pequim que prosseguir com seu plano teria um "custo real".
"Pequim terá que tomar suas próprias decisões sobre como proceder, se fornecerá assistência militar - mas se seguir esse caminho, terá custos reais para a China", disse Sullivan.
As observações de Sullivan foram repetidas pelo diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), William Burns, afirmando que a China ainda não tomou uma decisão final e ainda não tem evidências de uma remessa real.
A China já negou a acusação, instando o Ocidente a "parar de jogar a culpa neles".
Pequim também virou a mesa contra Washington, acusando-os de "enviar infinitamente armas para o campo de batalha".
Enquanto o Ocidente continua a pressionar as relações China-Rússia, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que seu colega chinês, Xi Jinping, deve visitar seu país ainda este ano.
A visita de Xi a Moscou, que o Ministério das Relações Exteriores da Rússia classificou como um "evento-chave" nas relações bilaterais dos dois países, provavelmente acontecerá em abril ou maio, quando a Rússia comemorar sua vitória contra a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
O principal diplomata estrangeiro e conselheiro de estado da China, Wang Yi, já havia preparado as bases para a visita de Xi à Rússia quando se encontrou com Putin no mês passado.
Putin elogiou seus laços bilaterais com a China, dizendo que eles estavam "alcançando novas fronteiras".
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