Aliados ocidentais planeiam ajudar Ucrânia a enfrentar o inverno da guerra
O chefe da Otan, Jens Stoltenberg, alertou na terça-feira que a Rússia está usando o inverno como uma "arma de guerra" contra a Ucrânia, enquanto aliados ocidentais reunidos em Bucareste planejam ajudar Kyiv a consertar sua rede elétrica devastada.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, anunciaria ajuda financeira "substancial" para ajudar a Ucrânia a lidar com a infraestrutura danificada à margem de uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da OTAN.
Um alto funcionário dos EUA disse que a assistência "não seria o fim" e apontou que o governo Biden orçou US$ 1,1 bilhão para gastos com energia na Ucrânia e na vizinha Moldávia.
Uma campanha russa de ataques com mísseis danificou gravemente a infraestrutura de energia da Ucrânia e mergulhou milhões na escuridão enquanto o país se prepara contra as primeiras neves e ventos frios do inverno.
Stoltenberg disse que "a mensagem de todos nós será que precisamos fazer mais" para ajudar Kyiv a consertar sua infraestrutura de gás e eletricidade e fornecer defesa aérea para ajudá-lo a se proteger melhor.
Ele disse esperar que a Rússia realize mais ataques na rede ucraniana enquanto o Kremlin sofre derrotas no terreno e alertou que a Europa deve "estar preparada para mais refugiados".
"A Rússia está realmente falhando no campo de batalha. Em resposta a isso, eles agora estão atacando alvos civis, cidades porque não são capazes de conquistar território", disse Stoltenberg no início da reunião de dois dias.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, deve se encontrar com seus colegas da OTAN para instá-los a enviar mais armamento para Kyiv e assistência para lidar com os ataques de Moscou.
"Este alvo de infra-estrutura civil, de infra-estrutura de energia é obviamente projetado para tentar congelar os ucranianos até a submissão", disse o secretário de Relações Exteriores britânico, James Cleverly.
"Eu não acho que vai ser bem sucedido."
Os aliados deram armas no valor de bilhões de dólares para a Ucrânia, mas Kyiv está pedindo mais defesa aérea, tanques e mísseis de longo alcance para repelir as forças do Kremlin.
Mas há preocupações crescentes de que os estoques de armas em alguns países da OTAN estejam acabando, já que os estoques foram desviados para a Ucrânia.
O ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, disse que seu pedido aos colegas ministros da OTAN era simples: "Mantenha a calma e dê tanques".
A Alemanha, que atualmente preside o G7, convocou uma reunião na tarde desta terça-feira à margem do encontro da OTAN para discutir a crise energética causada pela guerra na Ucrânia.
Os Estados Unidos vão apelar aos restantes países membros para que reforcem a sua ajuda nesta área, de acordo com o responsável norte-americano.
A OTAN diz que a reunião em Bucareste mostrará sua unidade em continuar a apoiar a Ucrânia enquanto a guerra de Moscou contra seu vizinho se arrasta em seu décimo mês.
A aliança, no entanto, não fará nenhum progresso no pedido de adesão da Ucrânia, feito pela primeira vez há 14 anos, quando a OTAN prometeu pela primeira vez que Kyiv um dia se tornaria membro.
Stoltenberg insistiu que a "porta está aberta" para novos membros, mas disse que o foco agora é ajudar a Ucrânia em sua luta contra Moscou.
A OTAN reforçou seu flanco oriental diante da guerra da Rússia, enviando mais tropas e equipamentos para países como a Romênia, vizinha da Ucrânia.
A Romênia foi duramente atingida pela guerra e cerca de dois milhões de pessoas que fugiram da Ucrânia passaram pelo país.
Além da guerra na Ucrânia, os ministros vão fazer um balanço da adesão dos candidatos à NATO, Finlândia e Suécia, já ratificada por 28 dos 30 países membros mas que continua suspensa à espera da luz verde da Hungria e da Turquia.
Os ministros das Relações Exteriores finlandês, sueco e turco se reuniram à margem da reunião, mas Ancara minimizou a esperança de um avanço rápido.
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