Notas de cem pesos argentinos são exibidas nesta ilustração de imagem
Notas de cem pesos argentinos são exibidas nesta ilustração fotográfica tirada em 3 de setembro de 2019. Reuters

A Argentina concordou em expandir seu acordo de swap cambial com a China em US$ 5 bilhões, disse o presidente do país sul-americano, Alberto Fernandez, na terça-feira, uma medida que lhe daria mais poder de fogo para defender o peso local em apuros.

O governo da Argentina precisa reconstruir as reservas estrangeiras esgotadas para cobrir os custos comerciais e futuros pagamentos da dívida. Reconstruir as reservas também é um objetivo fundamental de um grande acordo de dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Hoje, o presidente Xi (Jinping) nos informou que autorizou o governo chinês a disponibilizar gratuitamente 35 bilhões de yuans, ou seja, US$ 5 bilhões para a Argentina", disse Fernández após se encontrar com Xi na cúpula do Grupo dos 20 (G20) em Bali.

A China é o segundo maior parceiro comercial da Argentina e o segundo destino mais importante das exportações argentinas.

O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, acrescentou que o swap cambial dará ao banco central mais divisas para intervir no mercado de câmbio e fortalecer o peso.

Apesar dos rígidos controles de capital, as reservas estrangeiras da Argentina caíram devido à forte demanda por dólares, tanto de importadores quanto de poupadores que procuram se proteger da inflação que deve chegar a 100% este ano.

Mesmo com as intervenções diárias no mercado de câmbio, o peso argentino já se desvalorizou cerca de 40% em relação ao dólar norte-americano neste ano no mercado oficial. Em mercados alternativos populares na Argentina, o peso é muito mais fraco.

Xi disse que a China aprofundará a cooperação com a Argentina em áreas como agricultura, energia, infraestrutura e aviação, informou a emissora estatal CCTV.

Massa projetou que a Argentina terá um déficit comercial de US$ 8 bilhões com a China em 2022.

($ 1 = 7,0440 yuan chinês renminbi)