Assassinatos de líderes sociais e defensores de direitos na Colômbia atingem novo recorde
A Colômbia terminará o ano com pelo menos 199 assassinatos de líderes sociais e defensores dos direitos humanos, o nível mais alto registrado, devido a ataques de grupos armados ilegais em áreas ligadas ao narcotráfico, disse o ombudsman de direitos humanos do país na quarta-feira.
Nos primeiros onze meses do ano, 199 pessoas foram assassinadas, número superior ao total de líderes sociais e defensores de direitos mortos em 2021 e 2020, quando 145 pessoas e 182 pessoas foram mortas, respectivamente, disse o ouvidor.
"É um número alarmante e inédito, o maior desde 2016, quando começamos a registrar", afirmou o ouvidor Carlos Camargo.
"Há uma correlação entre o aumento de assassinatos de líderes sociais e defensores de direitos humanos com o aumento de cultivos ilícitos em diferentes territórios e operações de grupos armados ilegais que disputam o controle territorial das rotas do narcotráfico", acrescentou Camargo.
Esses assassinatos não diminuíram desde que o presidente Gustavo Petro - o primeiro líder de esquerda do país - assumiu o poder em agosto. Cerca de 66 líderes e defensores de direitos foram mortos durante o governo de Petro até agora.
O gabinete do presidente não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Segundo a Defensoria, as províncias de Narino, Cauca, Putumayo, Antioquia e Arauca foram as mais afetadas pela violência contra líderes sociais e defensores dos direitos humanos neste ano.
O governo da Colômbia reiniciou recentemente as negociações de paz com o grupo guerrilheiro de esquerda do Exército de Libertação Nacional (ELN) na Venezuela.
Também espera implementar o acordo de paz de 2016 assinado entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) com facções dissidentes do agora desmobilizado grupo guerrilheiro que rejeitam o acordo.
O governo também quer subjugar quadrilhas criminosas ligadas ao narcotráfico em troca de benefícios como redução de penas de prisão.
Os números sobre assassinatos de líderes comunitários e de direitos humanos na Colômbia variam muito, dependendo da fonte.
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