Carrefour ainda vende carne ligada ao desmatamento no Brasil: ONG
O gigante varejista francês Carrefour ainda está vendendo produtos de carne bovina brasileira ligados à destruição da floresta amazônica, apesar de se comprometer a acabar com essas vendas, disse o grupo ativista americano Mighty Earth na sexta-feira.
O Carrefour suspendeu o fornecimento de carne bovina de dois abatedouros da empresa JBS ligados ao desmatamento na Amazônia depois que a ONG pediu à rede de supermercados que limpasse suas cadeias de abastecimento em setembro.
Ele disse que a JBS não forneceria mais suas lojas no Brasil.
A Mighty Earth procurou verificar isso analisando 310 produtos vendidos nas 10 lojas da rede em sete cidades brasileiras no mês de outubro.
"Os resultados são implacáveis, o Carrefour não aplicou esta suspensão em todas as suas lojas. A Mighty Earth identificou 12 produtos vendidos provenientes dos dois matadouros em quatro lojas do grupo", incluindo a marca Atacadao, disse o grupo em comunicado.
O Carrefour reconheceu ter havido "falha nas instruções de suspensão", em particular as relativas a duas lojas que foram transferidas da marca Maxxi pertencente ao varejista brasileiro Grupo BIG para o Atacadao. O Carrefour adquiriu o Grupo Big no início deste ano.
"Lamentamos isso e estamos verificando se outras lojas, que se abastecem diretamente no nível local, foram afetadas", disse uma porta-voz do Carrefour.
Ela acrescentou que a gigante do varejo está "fazendo um esforço enorme para resolver os problemas caso a caso".
O Carrefour renovou sua promessa no início deste mês de garantir que a carne que vende seja "livre de desmatamento" até 2026.
A Mighty Earth disse que depois que o esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva venceu a eleição presidencial no mês passado, o Carrefour deve se comprometer a "zerar o desmatamento e garantir a robustez de sua implementação", especialmente em suas cadeias de suprimentos.
Segundo o Instituto de Pesquisas Espaciais do Brasil, INPE, que mede o nível de desmatamento da Amazônia, 2022 já é um ano recorde.
Até agora, este ano, quase 9.500 quilômetros quadrados (2,3 milhões de acres) foram destruídos, em comparação com 9.200 quilômetros quadrados em 2021.
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