Até agora, este ano, quase 9.500 quilômetros quadrados (2,3 milhões de acres) da floresta amazônica foram destruídos, em comparação com 9.200 quilômetros quadrados em 2021
Até agora, este ano, quase 9.500 quilômetros quadrados (2,3 milhões de acres) da floresta amazônica foram destruídos, em comparação com 9.200 quilômetros quadrados em 2021 AFP

O gigante varejista francês Carrefour ainda está vendendo produtos de carne bovina brasileira ligados à destruição da floresta amazônica, apesar de se comprometer a acabar com essas vendas, disse o grupo ativista americano Mighty Earth na sexta-feira.

O Carrefour suspendeu o fornecimento de carne bovina de dois abatedouros da empresa JBS ligados ao desmatamento na Amazônia depois que a ONG pediu à rede de supermercados que limpasse suas cadeias de abastecimento em setembro.

Ele disse que a JBS não forneceria mais suas lojas no Brasil.

A Mighty Earth procurou verificar isso analisando 310 produtos vendidos nas 10 lojas da rede em sete cidades brasileiras no mês de outubro.

"Os resultados são implacáveis, o Carrefour não aplicou esta suspensão em todas as suas lojas. A Mighty Earth identificou 12 produtos vendidos provenientes dos dois matadouros em quatro lojas do grupo", incluindo a marca Atacadao, disse o grupo em comunicado.

O Carrefour reconheceu ter havido "falha nas instruções de suspensão", em particular as relativas a duas lojas que foram transferidas da marca Maxxi pertencente ao varejista brasileiro Grupo BIG para o Atacadao. O Carrefour adquiriu o Grupo Big no início deste ano.

"Lamentamos isso e estamos verificando se outras lojas, que se abastecem diretamente no nível local, foram afetadas", disse uma porta-voz do Carrefour.

Ela acrescentou que a gigante do varejo está "fazendo um esforço enorme para resolver os problemas caso a caso".

O Carrefour renovou sua promessa no início deste mês de garantir que a carne que vende seja "livre de desmatamento" até 2026.

A Mighty Earth disse que depois que o esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva venceu a eleição presidencial no mês passado, o Carrefour deve se comprometer a "zerar o desmatamento e garantir a robustez de sua implementação", especialmente em suas cadeias de suprimentos.

Segundo o Instituto de Pesquisas Espaciais do Brasil, INPE, que mede o nível de desmatamento da Amazônia, 2022 já é um ano recorde.

Até agora, este ano, quase 9.500 quilômetros quadrados (2,3 milhões de acres) foram destruídos, em comparação com 9.200 quilômetros quadrados em 2021.