Conselho de administração da Juventus renuncia em bloco

Todo o conselho de administração da Juventus renunciou, incluindo o presidente Andrea Agnelli e o vice-presidente Pavel Nedved, informou o clube italiano da Série A em comunicado nesta segunda-feira.

O conselho procurou aconselhamento jurídico independente sobre uma investigação em andamento pelos promotores de Turim sobre alegações de contabilidade falsa e irregularidades na transferência e empréstimos de jogadores.

Renunciou por causa de "novos pareceres jurídicos e contabilísticos" de especialistas, e dada "a centralidade e a relevância das pendências jurídicas e técnico-contábeis", disse o clube.

O êxodo marca o fim de um capítulo para Agnelli, que como presidente viu a Juventus vencer nove títulos consecutivos da Série A, bem como chegar às finais da Liga dos Campeões de 2015 e 2017.

Ele também foi um fervoroso apoio da Superliga Europeia. Dois dos clubes que também esperavam ingressar - Manchester United e Liverpool - estão à venda.

Mas ele corre o risco de problemas legais junto com mais de uma dúzia de outras pessoas no caso das comissões.

A Juve está sendo investigada por mais de 282 milhões de euros (US$ 319 milhões) em ganhos de capital - a diferença positiva entre os valores de compra e venda líquidos de amortização e baixas contábeis - de uma série de transferências de jogadores registradas em seus resultados financeiros para 2019, 2020 e 2021.

Os promotores de Turim estão investigando a possibilidade de que a Juve, listada na bolsa de valores italiana, tenha apresentado informações contábeis falsas a investidores e apresentado faturas para transações inexistentes naquele período.

O conselho cessante "considerou ser do melhor interesse social recomendar que a Juventus se equipasse com um novo Conselho de Administração para lidar com essas questões", disse o clube.

O diretor-gerente Maurizio Arrivabene foi convidado a permanecer por um período interino, enquanto uma nova diretoria pode ser reunida para os gigantes de Torino, disse o clube.

A próxima assembleia de acionistas está marcada para 27 de dezembro e examinará as novas demonstrações financeiras consolidadas a partir de 30 de junho de 2022.

Os acionistas devem se reunir novamente em 18 de janeiro para nomear o novo conselho, disse.

Uma série de transferências envolvendo a Juve e outros clubes também são objeto de uma investigação paralela lançada pela Federação Italiana de Futebol (FIGC) em outubro.

O que for descoberto pelos promotores será repassado à FIGC, que tem poderes para punir os clubes com uma série de punições, desde multas até expulsão da liga.

O clube "continuará a cooperar com as autoridades de supervisão e do setor", afirmou.