Uma vista aérea mostra um terreno desmatado da floresta amazônica em Manaus
Uma vista aérea mostra uma área desmatada da floresta amazônica em Manaus, Estado do Amazonas, Brasil, 8 de julho de 2022. Reuters

O desmatamento na floresta amazônica do Brasil atingiu um recorde em outubro, mostraram dados na sexta-feira, com o desmatamento na região acelerando à medida que o país passa por uma transição para um governo mais favorável à conservação.

Dados preliminares de satélite do governo coletados pela agência de pesquisa espacial Inpe mostraram que 903,86 quilômetros quadrados (348,98 milhas quadradas) foram desmatados na região no mês passado, o maior para o período desde o início do rastreamento em 2015 e um aumento de 3,1% em relação ao ano anterior.

De janeiro a outubro, foram desmatados 9.494 quilômetros quadrados, uma área mais de 12 vezes maior que a de Nova York e também um recorde para o período, superando em 12,7% o recorde anterior de 2019.

O novo presidente esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva prometeu conter o desmatamento na Amazônia reforçando a aplicação da lei.

Ele assumirá em 1º de janeiro o cargo de extrema-direita Jair Bolsonaro, que reverteu as proteções ambientais durante seu mandato.

Estatísticas anuais divulgadas no ano passado mostraram que o desmatamento já havia subido para uma alta de 15 anos sob Bolsonaro.

Seu escritório e o Ministério do Meio Ambiente não responderam imediatamente a um pedido de comentário.

Mariana Napolitano, gerente de ciência do WWF-Brasil, disse que já esperava que o desmatamento aumentasse durante o período de transição, destacando como os alertas de incêndio dispararam desde que a eleição foi declarada a favor de Lula em 30 de outubro.

"Quem lucra com a ilegalidade percebeu que ainda existe uma janela de oportunidade aberta, mas está prestes a fechar. Esses números são assustadores", disse ela.

Os alertas de incêndio nos primeiros dez dias de novembro quase se igualaram aos relatados em todo o mês de 2021, mostraram dados do Inpe. A estação das queimadas na Amazônia, quando as chuvas diminuem, geralmente ocorre entre agosto e setembro.