Enviado dos EUA na ONU pede ao Brasil que veja o lado ucraniano da guerra
A embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, incentivou o Brasil a incluir a Ucrânia em qualquer esforço para negociar o fim da "guerra de agressão da Rússia", disse ela na quinta-feira ao final de uma visita ao país sul-americano.
Thomas-Greenfield disse que expressou desapontamento dos EUA em Brasília com as declarações feitas sobre a guerra, referindo-se aos comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo ao Ocidente que pare de armar a Ucrânia para permitir o início das negociações de paz.
"Não estamos dizendo ao Brasil para não se engajar na paz", disse o embaixador em entrevista coletiva.
"O que dissemos é que qualquer engajamento deve levar a Ucrânia em consideração, e não pode ser uma negociação baseada em recompensar a Rússia por tomar território durante sua guerra não provocada contra a Ucrânia", disse ela.
Thomas-Greenfield disse que incentivou as autoridades brasileiras a visitar a Ucrânia e confirmou que o assessor de política externa de Lula, Celso Amorim, planeja viajar para Kiev, embora não tenha dado data.
"Minha suposição é que será em breve", disse ela a repórteres.
Combater as mudanças climáticas, defender a democracia e promover a igualdade e inclusão racial estiveram em sua agenda de conversas com autoridades brasileiras durante a visita de três dias, que incluiu uma passagem pela antiga capital colonial Salvador, no norte da Bahia, que ela chamou de "o coração da Brasil negro."
As relações entre as duas maiores democracias do Hemisfério Ocidental são "duradouras e construídas sobre valores compartilhados", disse ela.
Thomas-Greenfield lembrou que, nas Nações Unidas, o Brasil apoiou uma resolução inicial da ONU na Assembleia Geral condenando a invasão russa da Ucrânia e, mais recentemente, uma resolução de paz da ONU.
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