Sergio Cabral, então governador do Rio de Janeiro, sorri durante visita a uma obra brasileira em 8 de novembro de 2013; espera-se que ele seja libertado em breve da prisão, depois de cumprir seis anos por acusações de corrupção maciça
Sergio Cabral, então governador do Rio de Janeiro, sorri durante visita a uma obra brasileira em 8 de novembro de 2013; espera-se que ele seja libertado em breve da prisão, depois de cumprir seis anos por acusações de corrupção maciça AFP

O ex-governador do Rio de Janeiro acusado de receber grandes propinas em obras para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 será libertado em breve após seis anos de prisão, após uma decisão do mais alto tribunal do Brasil.

Os magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram por três a dois na noite de sexta-feira para colocar Sérgio Cabral em prisão domiciliar enquanto aguardam novos recursos.

Seus advogados disseram que o ex-jornalista de 59 anos provavelmente seria libertado da prisão na segunda-feira.

Cabral foi condenado a mais de 425 anos de prisão em 23 casos de corrupção, mas nenhum tribunal superior ainda ouviu seus recursos.

Os promotores dizem que ele comprou joias e outros itens de luxo com dinheiro desviado - pagando até uma aula de equitação para seu filho.

O desembargador Gilmar Mendes, do STF, cujo voto foi decisivo na sexta-feira, disse que Cabral não pode ser detido "indefinidamente" por meio de medida cautelar tomada para evitar qualquer possível destruição de provas caso ele seja autorizado a aguardar julgamento em liberdade.

Mas Mendes acrescentou que sua decisão não equivale de forma alguma à absolvição de Cabral.

Cabral foi governador do Rio de 2007 a 2014, anos em que o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

Revelações de corrupção em larga escala envolvendo Cabral chocaram a opinião pública no Brasil.

O desvio de milhões de dólares afetou diretamente as finanças públicas do Rio, deixando-o à beira da falência poucos meses após as Olimpíadas.