Filho de ex-presidente de Moçambique e ex-chefes de espionagem condenados a 12 anos de prisão por corrupção
Um tribunal moçambicano condenou nesta quarta-feira dois ex-chefes de espionagem e o filho de um ex-presidente a 12 anos cada um por sua participação em um escândalo de corrupção em que o governo tentou esconder dívidas enormes, provocando estragos financeiros.
O ex-chefe de segurança e inteligência, Gregório Leão; o chefe da divisão de inteligência econômica do serviço de segurança, Antonio do Rosário; e o filho do ex-presidente Armando Guebuza, Ndambi Guebuza, estavam entre os 19 réus acusados no maior escândalo de corrupção do país.
"Os crimes cometidos trouxeram consequências cujos efeitos perdurarão por gerações", disse o juiz Efigenio Baptista.
O escândalo surgiu depois que empresas estatais do país empobrecido tomaram ilicitamente US$ 2 bilhões (1,9 bilhão de euros) emprestados em 2013 e 2014 de bancos internacionais para comprar uma frota de pesca de atum e embarcações de vigilância.
O governo mascarou os empréstimos do parlamento e do público.
Quando a "dívida oculta" finalmente veio à tona em 2016, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e outros doadores cortaram o apoio financeiro, desencadeando um calote da dívida soberana e o colapso da moeda.
Uma auditoria independente descobriu que US$ 500 milhões dos empréstimos foram desviados. O dinheiro segue sem registro.
Proferindo a sentença após uma semana de leitura das sentenças, o juiz disse que a burla "agravou o empobrecimento de milhares de moçambicanos".
"O país ficou famoso pelos piores motivos", disse ele.
Leão e do Rosário foram considerados culpados de peculato e abuso de poder, enquanto Guebuza foi condenado por peculato, branqueamento de capitais e associação criminosa, entre outros crimes.
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