O ministro das Finanças do Japão, Shunichi Suzuki, participa de uma coletiva de imprensa depois que o Japão interveio no mercado de câmbio pela primeira vez desde 1998 para fortalecer o iene em Tóquio
O ministro das Finanças do Japão, Shunichi Suzuki, participa de uma coletiva de imprensa depois que o Japão interveio no mercado de câmbio pela primeira vez desde 1998 para fortalecer o iene em Tóquio, Japão, em 22 de setembro de 2022. Reuters

O governo do Japão, que disse publicamente que não quer emitir novas dívidas, quer usar títulos de construção para desenvolver instalações da Força de Autodefesa como parte dos esforços para aumentar os gastos com defesa, informou a agência de notícias Kyodo na terça-feira.

O governo destinará cerca de 1,6 trilhão de ienes (US$ 11,61 bilhões) para gastos com construção até o ano fiscal que termina em março de 2028, disse a Kyodo, citando uma pessoa não identificada envolvida no processo.

O primeiro-ministro Fumio Kishida havia dito no sábado que a emissão de dívida para pagar gastos militares era "impossível como uma opção responsável para o futuro".

O ministro das Finanças, Shunichi Suzuki, disse estar ciente da reportagem da mídia, acrescentando que nenhuma decisão foi tomada.

"Estamos no meio de um processo de tomada de decisão. Neste momento, o governo não chegou a uma conclusão", afirmou. "Ao desenvolver capacidades de defesa de forma estável para o futuro, é difícil considerar os títulos do governo como fontes de financiamento estáveis."

Kishida disse a seu governo para destinar 43 trilhões de ienes para defesa nos próximos cinco anos; isso dobraria os gastos anuais com defesa para o equivalente a cerca de 2% do produto interno bruto do Japão. Mas o governo mais endividado do mundo industrial está lutando para reunir fontes de financiamento.

O Japão está sobrecarregado com uma dívida pública que é mais do que o dobro do tamanho de sua economia. Aumentar as capacidades de defesa surgiu como uma questão urgente em meio à incerteza sobre China, Coreia do Norte e Rússia.

Dadas as finanças públicas esfarrapadas do governo, as autoridades japonesas descartaram publicamente a possibilidade de uma nova emissão de dívida do governo, ao mesmo tempo em que prometem simplificar os gastos, aumentar os impostos e obter receitas não tributárias.

No entanto, alguns legisladores do partido governista pediram a emissão de títulos de construção para pagar porções do maior orçamento de defesa.

Na segunda-feira, Sanae Takaichi, um ministro do gabinete, expressou oposição a qualquer decisão precipitada sobre aumentos de impostos.

(US$ 1 = 137,7700 ienes)