O ex-presidente do Brasil e candidato à presidência Silva lidera a 'marcha da vitória', em São Paulo
O ex-presidente do Brasil e candidato presidencial Luiz Inácio Lula da Silva lidera a 'marcha da vitória', em São Paulo, Brasil, 29 de outubro de 2022. Reuters

O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que venceu a eleição de domingo por uma margem estreita, tem sido cauteloso sobre possíveis escolhas do Gabinete durante a campanha, mas alguns nomes de aliados confiáveis devem estar no novo governo em 1º de janeiro.

Entre eles estão os defensores do Partido dos Trabalhadores Alexandre Padilha e Fernando Haddad, os ex-governadores Wellington Dias e Flavio Dino, e os novos aliados Simone Tebet e Marina Silva que ajudaram Lula a derrotar Jair Bolsonaro.

A maioria das especulações se concentrou em quem será seu ministro das Finanças, o que será um importante sinal para os investidores de seu compromisso com a disciplina fiscal. Se Lula escolheu a sua escolha, ainda não contou nem aos seus assessores mais próximos.

"Ele proibiu qualquer conversa sobre isso porque em uma eleição apertada, antecipar nomes poderia ter um impacto negativo", disse um membro sênior do Partido dos Trabalhadores de Lula que pediu anonimato.

Dois fortes candidatos a ministro da Fazenda são Padilha, ex-ministro da Saúde, e Haddad, ex-prefeito de São Paulo que perdeu a disputa para governador do estado no domingo, segundo fontes da campanha de Lula.

Eles também acenaram para Dias, que assim como Padilha tem participado de reuniões com empresários para discutir os planos de Lula para a economia. No entanto, uma das fontes disse que Dias, um ex-governador do Piauí que foi eleito para o Senado, tem mais chances de ser chefe de gabinete de Lula.

Outro assessor de Lula disse que Aloizio Mercadante, coordenador do programa eleitoral de Lula que deixou os mercados financeiros cautelosos com suas propostas intervencionistas, seria um nome mais forte para ministro do Planejamento do que ministro da Fazenda.

QUERIDO DE MERCADO

Outro candidato na mistura, recebido com especulação ansiosa dos investidores, é o queridinho do mercado Henrique Meirelles, um ex-banqueiro que Lula nomeou presidente do banco central no início de sua primeira presidência em 2003.

Meirelles foi ministro da Fazenda no governo que substituiu a presidente destituída Dilma Rousseff em 2016, atraindo ira duradoura de alguns no Partido dos Trabalhadores.

Lula não divulgou detalhes de seus planos econômicos ou como pagaria para estender benefícios sociais mais generosos no próximo ano. Isso exigiria mudanças no teto constitucional de gastos do Brasil, o que gerou muita especulação sobre o compromisso de Lula com a disciplina fiscal.

Flávio Dino, o ex-governador do Maranhão que também conquistou uma cadeira no Senado, provavelmente estará no Gabinete e poderá ser o ministro da Justiça de Lula, disseram as fontes.

Tebet, senador centrista que ficou em terceiro lugar na corrida presidencial antes de fazer campanha por Lula no segundo turno contra Bolsonaro, provavelmente será recompensado com um cargo no Gabinete.

Ela seria uma forte escolha para ministra da Agricultura, disseram fontes, já que ela vem do estado de Mato Grosso do Sul, embora tenha dito publicamente que preferiria ser ministra da Educação.

Marina Silva, que foi ministra do Meio Ambiente de Lula quando ele assumiu a presidência em 2003, mas se desentendeu com seu governo e saiu em 2008 para fundar o Partido Verde do Brasil, também fez campanha por ele contra Bolsonaro. Fontes disseram que ela está programada para assumir um novo papel no governo coordenando a luta contra as mudanças climáticas, promovendo o desenvolvimento econômico "verde".