Lula e Bolsonaro se reunem para iniciar a transição de poder no Brasil
Os assessores do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva se reunirão com autoridades do governo na quinta-feira para iniciar a transição de poder, enquanto os apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro continuam protestos ruidosos – embora encolhidos – contra sua derrota nas eleições.
O Brasil está no limite desde a vitória apertada do veterano de esquerda Lula no domingo sobre Bolsonaro, que permaneceu em silêncio por dois dias enquanto apoiadores furiosos bloquearam estradas em todo o país, pedindo uma intervenção militar para mantê-lo no poder.
No entanto, os bloqueios nas estradas vêm perdendo força.
Autoridades disseram que havia 74 deles na quinta-feira, abaixo dos 250 de terça-feira, depois que Bolsonaro fez um apelo para "desbloquear as estradas" para evitar prejudicar a economia e interferir no direito das pessoas de circular livremente.
Mas embora o ex-capitão do Exército tenha prometido respeitar a Constituição, ele não reconheceu a vitória de Lula nem o parabenizou. Ele encorajou "manifestações legítimas" em um vídeo postado online na noite de quarta-feira - levantando temores de que o Brasil ainda pode enfrentar tempos turbulentos até que Lula seja empossado em 1º de janeiro e além.
O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, escolhido por Lula para liderar sua equipe de transição, terá uma primeira reunião com o chefe de gabinete de Bolsonaro, Ciro Nogueira, na tarde de quinta-feira em Brasília, disseram ambas as equipes à AFP.
A chefe do Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula, Gleisi Hoffmann, e o coordenador técnico da equipe de transição, Aloizio Mercadante, também estarão presentes, informou a mídia.
Lula, 77, que anteriormente liderou o Brasil de 2003 a 2010, ganhou um terceiro mandato sem precedentes no domingo, coroando um retorno notável para o ex-metalúrgico três anos depois que ele foi libertado da prisão por controversas condenações por corrupção.
Os partidários de Bolsonaro reagiram furiosamente, bloqueando rodovias com carros, caminhões e tratores e protestando do lado de fora dos quartéis militares para exigir uma intervenção.
A Polícia Rodoviária Federal disse que ainda havia bloqueios totais ou parciais em oito dos 27 estados do Brasil na quinta-feira. Eles separaram 862 outros, disseram.
No Rio de Janeiro, um protesto do lado de fora de uma base militar local havia diminuído para várias dezenas de pessoas, que pareciam estar perdendo a esperança de uma intervenção pró-Bolsonaro.
"Teremos uma ditadura comunista", disse à AFP a manifestante Jessica dos Santos Ferreira, de 31 anos, chamando Lula de "ladrão".
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