Lula forma equipe Económica com Mercadante no BNDES, ex-assessor de banqueiro de Haddad
Mais da equipe de política econômica do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva tomou forma na terça-feira, com o veterano do Partido dos Trabalhadores (PT) Aloizio Mercadante comandando o banco de desenvolvimento BNDES e um ex-banqueiro assumindo um papel fundamental no Ministério da Economia.
Os mercados financeiros brasileiros reagiram quando Lula nomeou Mercadante enquanto os investidores avaliavam o possível retorno da intervenção do PT nos mercados de crédito de longo prazo.
A moeda brasileira voltou a ganhar e o índice Bovespa aprofundou as perdas, caindo 1,71% após relatos da nova função de Mercadante, que também atuou como chefe de gabinete do sucessor de Lula no PT após sua presidência de 2003-2010, a ex-presidente Dilma Rousseff.
O novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse separadamente na terça-feira que o ex-presidente-executivo do Banco Fator, Gabriel Galipolo, seria nomeado seu secretário-executivo, enfatizando a ênfase em parcerias público-privadas no próximo governo.
O ex-banqueiro, cuja nova função foi noticiada pela primeira vez pela Reuters na terça-feira, assessorou várias parcerias público-privadas como sócio-gerente da Galipolo Consultoria desde que deixou o Banco Fator.
Visto como um economista com conexões em todo o espectro ideológico, Galipolo ajudou a marcar reuniões entre Haddad e líderes empresariais durante a eleição deste ano, quando o novo ministro da Fazenda fez uma campanha fracassada para governador de São Paulo.
Galipolo é coautor de livros e artigos com Luiz Gonzaga Belluzzo, antigo assessor de Lula e professor de economia da Unicamp, considerada um centro do pensamento econômico heterodoxo.
Ele também atuou como consultor econômico no governo do estado de São Paulo sob o governador de centro-direita José? Serra.
Em contraste, Mercadante tem sido um membro proeminente do Partido dos Trabalhadores de Lula, como legislador em ambas as casas do Congresso e em vários cargos no gabinete de Dilma Rousseff.
Membro da equipe de transição de Lula, Mercadante participou de uma recente coletiva de imprensa enfatizando a necessidade de reformar a forma como o BNDES cobra taxas de juros dos credores.
O Banco Central do Brasil, que agora é formalmente independente do gabinete do presidente, se opôs abertamente a um retorno ao crédito de longo prazo subsidiado pelo Estado, o que provavelmente reduziria o impacto da política monetária.
Em sua primeira entrevista coletiva no final da tarde, Haddad também nomeou o economista Bernard Appy como secretário especial da reforma tributária do país, que destacou que será prioridade no novo governo.
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