Lula, presidente eleito do Brasil, discursa em São Paulo
O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fala durante uma reunião de Natal com catadores, em São Paulo, Brasil, em 15 de dezembro de 2022. Reuters

O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, nomeará o senador Jean Paul Prates, de seu Partido dos Trabalhadores, para ser o próximo chefe-executivo da estatal petrolífera Petrobras, disse um membro de sua equipe de transição na quinta-feira.

Deyvid Bacelar, chefe do sindicato dos petroleiros FUP, revelou a escolha de Lula nas redes sociais minutos depois que o líder esquerdista anunciou 15 escolhas para seu futuro gabinete e disse que seu vice-presidente, Geraldo Alckmin, também será ministro da Indústria e Comércio.

"Com base nos diagnósticos, alertas, recomendações e informações que colocamos à disposição do presidente eleito neste complexo período de transição, ele decidiu nomear o senador Jean Paul Prates como presidente da Petrobras", disse Bacelar em postagem no Instagram.

Ele acrescentou que o senador Alexandre Silveira foi escolhido por Lula como ministro de Minas e Energia, embora o presidente eleito não tenha mencionado nem Prates nem Silveira em seu anúncio de quinta-feira.

Em entrevista, Silveira disse que ainda não recebeu o cargo, mas está disposto a aceitar qualquer cargo que Lula lhe apresente.

A equipe de transição, Prates e Petrobras não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

Prates, já visto como um forte candidato ao cargo após ser nomeado para o grupo de mineração e energia da equipe de transição, havia dito anteriormente que o novo governo não teria uma postura intervencionista na Petrobras.

"Acho que Prates é uma boa escolha. Gosto muito dele", disse Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e Energia do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, que Lula derrotou por pouco nas eleições de outubro.

"Ele não é radical e conhece o setor de petróleo e gás."

As ações preferenciais da petroleira subiram mais de 2% após a postagem de Bacelar, superando o índice de referência da bolsa brasileira Bovespa.

Os participantes do mercado têm demonstrado preocupação sobre como o governo Lula pode administrar a Petrobras, com as ações da empresa caindo mais de 15% desde sua vitória eleitoral.

Prates, no entanto, disse no mês passado que o novo governo não tinha intenção de causar uma "quebra" da empresa e que tudo seria discutido com os investidores.

NOMEAÇÕES DE GABINETE

Lula disse que a economista Esther Dweck lideraria um recém-criado Ministério da Administração que será responsável pelo planejamento, enquanto o congressista amigo dos negócios Alexandre Padilha foi nomeado ministro de Assuntos Institucionais, cuidando das relações políticas com o Congresso.

Entre a meia dúzia de mulheres indicadas para seu futuro gabinete, Lula nomeou Anielle Franco, irmã da vereadora carioca Marielle Franco – cujo assassinato em 2018 ainda não foi esclarecido – para ministra da Igualdade Racial.

Lula ainda tem que anunciar quase metade dos cargos de seu planejado gabinete de 37 membros. Ele disse que faria isso na próxima semana, antes de assumir o cargo em 1º de janeiro.