Lula propõe pacto para coibir soja brasileira ligada ao desmatamento do cerrado
A equipe de transição do presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, realizou reuniões com a indústria da soja para discutir um novo pacto para impedir o desmatamento no Cerrado, modelado em um acordo para a Amazônia, disse um assessor de Lula na quarta-feira.
O Cerrado, a savana mais rica em espécies do mundo, faz fronteira com a Amazônia e é chamada de floresta invertida por causa de suas raízes profundas e ricas em carbono. O desmatamento é uma importante fonte de emissões de gases de efeito estufa que impulsionam as mudanças climáticas.
Em 2006, os comerciantes de soja concordaram voluntariamente em parar de comprar soja de áreas desmatadas na Amazônia após uma determinada data. Desde então, o cultivo de soja se expandiu rapidamente no Cerrado, onde defensores do meio ambiente fizeram lobby por um pacto semelhante.
"Existem todos os pactos que foram feitos no passado - a moratória da soja, o pacto da madeira legal, os minerais legais. Isso precisa ser refeito, inclusive ontem e anteontem conversamos com o setor de soja sobre fazer um pacto pela soja sustentável no Cerrado", disse o ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, em entrevista coletiva ao lado dos principais assessores ambientais de Lula.
"Já tivemos isso na Amazônia e está funcionando bem e deve ser um exemplo".
Minc não deu mais detalhes, e a equipe de transição disse que ainda está finalizando seu primeiro relatório para detalhar a provável futura política ambiental de Lula.
A indústria agrícola do Brasil e os comerciantes globais de commodities já resistiram às tentativas de forjar tal pacto do Cerrado, embora nos últimos anos grandes empresas tenham estabelecido metas para eliminar o desmatamento em suas cadeias de suprimentos em todos os lugares até 2025.
O desmatamento no Cerrado aumentou 8%, para uma alta de seis anos em 2021, segundo dados do governo.
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