Lula quer nova unidade policial no Brasil para combater crimes ambientais
O novo governo do presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pretende criar uma nova unidade da Polícia Federal focada em crimes ambientais, disse o chefe de segurança pública da equipe de transição à Reuters.
O senador eleito Flavio Dino, amplamente visto como um dos principais candidatos a ministro da Justiça de Lula, está comandando a força-tarefa da equipe de transição para lidar com crimes violentos, limitar o porte de armas e proteger a floresta amazônica.
Lula, um líder esquerdista que foi presidente de 2003 a 2010, prometeu acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia, um dos principais amortecedores do mundo contra as mudanças climáticas, depois de atingir uma alta de 15 anos sob o presidente Jair Bolsonaro.
Na semana passada, a Reuters informou que os Estados Unidos estão procurando usar penalidades como as sanções de Magnitsky para atingir grandes desmatadores e outros criminosos ambientais, como parte de uma estratégia para enfrentar as mudanças climáticas de forma mais agressiva.
Em entrevista à Reuters, Dino disse que a nova unidade da Polícia Federal proposta teria uma visão ampla dos crimes na Amazônia, onde desmatamento, mineração ilegal, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e violência de gangues estão frequentemente interligados.
"Existe agora uma complexidade específica de crimes ambientais, em que existe, uma espécie de combo de crimes na Amazônia. Não temos mais crimes ambientais isolados", afirmou.
"Você tem essa sofisticação e tem uma transnacionalidade, porque envolve outros países da Amazônia. Então a ideia é uma unidade especializada para maior eficiência e maior articulação com os países vizinhos"
Atualmente, os crimes ambientais são investigados pelo departamento de crime organizado da Polícia Federal, disse Dino. A criação de uma nova unidade, acrescentou, seria uma "proposta prática, que mostra um senso de prioridade para essa questão ambiental".
Dino também disse que a equipe de transição planeja revogar muitas das ordens executivas de Bolsonaro, que encorajaram o desmatamento ilegal ao tornar a fiscalização mais complexa. Durante seus quatro anos no cargo, Bolsonaro reverteu as proteções ambientais e pressionou por mais mineração e agricultura comercial na Amazônia.
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