Maduro retomará negociações com oposição na Venezuela na sexta-feira
O governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, retomará as negociações com a oposição na sexta-feira, depois de mais de um ano, em uma tentativa de resolver uma crise política que atinge o país desde as eleições contestadas de 2018.
As negociações entre os dois lados ocorreram pela última vez em outubro de 2021 no México, e os esforços internacionais aumentaram nos últimos meses para colocar as negociações de volta nos trilhos.
A oposição busca eleições presidenciais livres e justas, previstas para 2024, enquanto Caracas quer que a comunidade internacional reconheça Maduro como o presidente legítimo e suspenda as sanções.
"O diálogo entre o governo de Maduro e a oposição venezuelana será retomado nos dias 25 e 26 de novembro", escreveu o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, no Twitter.
Ele não especificou onde as negociações aconteceriam, mas uma fonte próxima às negociações disse à AFP que as delegações se reunirão na Cidade do México na sexta-feira.
A Venezuela já enfrentava uma grave crise econômica e uma repressão brutal do governo aos protestos quando uma eleição presidencial contestada em 2018 a mergulhou em um impasse político.
Maduro declarou-se o vencedor da votação, que foi amplamente vista como fraudulenta, gerando protestos em massa.
Enquanto isso, quase 60 países, incluindo os Estados Unidos, reconheceram o líder da oposição Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.
Os Estados Unidos e a União Européia impuseram sanções dolorosas à Venezuela, piorando uma economia que sofreu uma inflação galopante nos últimos anos, levando milhões a fugir do país.
Uma medida impediu a Venezuela de negociar seu petróleo bruto - que representava 96% das receitas do país - no mercado dos EUA.
Após o fracasso de dois esforços de negociação anteriores, a rodada mais recente de negociações entre o governo e a oposição começou em agosto de 2021 no México.
No entanto, Maduro suspendeu as negociações dois meses depois em retaliação à extradição para os Estados Unidos por Cabo Verde de Alex Saab, um cidadão colombiano acusado de atuar como lavador de dinheiro para o líder socialista venezuelano.
No início deste mês, negociadores de ambos os lados se reuniram em Paris sob a mediação do presidente francês Emmanuel Macron.
Os esforços internacionais para resolver a crise venezuelana ganharam força desde a invasão da Ucrânia pela Rússia e a pressão que ela exerceu sobre o abastecimento global de energia.
O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou em maio que aliviaria algumas sanções, já que os preços da energia dispararam devido à guerra.
Ao mesmo tempo, a influência de Guaidó diminuiu e ele perdeu aliados importantes tanto em casa quanto na região, onde muitos países desde então elegeram presidentes de esquerda.
O Petro da Colômbia se tornou um novo ator nas negociações desde que se tornou o primeiro presidente de esquerda de seu país em agosto.
Ele tem trabalhado para melhorar o relacionamento de seu país com a Venezuela, reatando relações diplomáticas pela primeira vez desde 2019, quando o ex-presidente Ivan Duque se recusou a reconhecer a eleição de Maduro.
A Venezuela agora também está sediando negociações de paz entre o governo colombiano e o último grupo rebelde oficial do país, o Exército de Libertação Nacional.
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