Manifestantes protestam contra as alterações climáticas em Lisboa
Um manifestante segura barras de metal enquanto estudantes bloqueiam a entrada de uma escola durante um protesto contra o uso de combustíveis fósseis em Lisboa, Portugal, em 10 de novembro de 2022. Reuters

Centenas de manifestantes revoltados com a crise climática saíram às ruas de Lisboa no sábado, com dezenas invadindo um prédio onde o ministro da Economia de Portugal, Antonio Costa e Silva, discursava exigindo a demissão do ex-executivo do petróleo.

Segurando faixas e entoando slogans, os manifestantes exigiam ação climática. Enquanto alguns manifestantes invadiam o prédio, os que estavam do lado de fora gritavam: "Fora Costa e Silva!"

Os policiais arrastaram os manifestantes para fora do prédio. A emissora portuguesa RTP informou que o ministro saiu do prédio pela porta dos fundos.

O ministério da economia se recusou a comentar.

O protesto em Portugal ocorreu enquanto líderes mundiais, formuladores de políticas e delegados de quase 200 países se reúnem na cúpula do clima COP27 da ONU no Egito, onde esperam manter vivo o objetivo de evitar os piores impactos das mudanças climáticas.

Mas alguns ativistas não acreditam que a COP27 resolva o problema.

"As COPs não são feitas para enfrentar as mudanças climáticas porque precisariam de mais participação da sociedade civil, menos participação de lobistas da indústria fóssil", disse Pedro Franco, um estudante de 27 anos.

João Duarte, de 23 anos, também apontou o dedo aos governos por favorecerem os "interesses monetários" das grandes empresas em vez de colocarem as alterações climáticas no topo da agenda política.

"Não haverá mudança até que os governos deixem de ser os melhores amigos e aliados das grandes empresas", afirmou.

Especialistas da ONU disseram em um relatório na terça-feira que as promessas de empresas, bancos e cidades de alcançar emissões líquidas zero geralmente equivalem a pouco mais do que greenwashing.

"A situação é grave e urgente", disse Marta Leandro, vice-presidente do grupo ambiental português Quercus, no protesto em Lisboa. "O que fizermos ou não fizermos nesta década terá um grande impacto na segurança climática".