Milhares de brasileiros exigem apoio do Exército para impedir que Lula tome o poder
Milhares de brasileiros se reuniram em frente aos quartéis do Exército no Rio de Janeiro, em Brasília e em outras cidades na terça-feira exigindo a intervenção militar para impedir que o presidente eleito de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva assuma o poder no ano que vem.
"Queremos um Brasil melhor. Não queremos que Lula tome posse em 1º de janeiro, não queremos um país comunista", disse à AFP no Rio a bancária Laís Nunes, 30 anos.
Manifestantes vestidos de verde e dourado agitavam bandeiras brasileiras e cantavam o hino nacional no feriado.
"Existem várias informações de que houve fraude eleitoral... não podemos aceitar isso", acrescentou o policial Leandro de Oliveira, 38, que acusou o Tribunal Nacional Eleitoral de responsabilidade pela suposta fraude.
Apoiadores do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro alegaram fraude em torno do sistema de votação eletrônica que é usado desde 1996.
O próprio Bolsonaro fez o mesmo repetidamente, sem fornecer nenhuma evidência de apoio.
O Ministério da Defesa do Brasil, no entanto, produziu um relatório descartando supostas inconsistências nos resultados eletrônicos, enquanto observadores internacionais também validaram o resultado da eleição.
Lula, que também foi presidente de 2003 a 2010 e saiu com índices de aprovação altíssimos, venceu o segundo turno em 30 de outubro com pouco menos de 51% dos votos, em comparação com os 49% de Bolsonaro.
Na capital Brasília, outros milhares se reuniram no quartel-general do Exército, alguns segurando faixas como "SOS Forças Armadas" e "Auditoria nas urnas".
A segurança foi reforçada na capital e a polícia restringiu o acesso à área ao redor do palácio presidencial, parlamento e corte suprema.
Protestos semelhantes ocorreram logo após o segundo turno da eleição no mês passado.
Desde então, muitas pessoas montaram acampamento em frente ao quartel-general do Exército em São Paulo, onde também houve protestos na terça-feira, assim como em Belo Horizonte.
Além de um breve discurso dois dias após sua derrota, Bolsonaro permaneceu de boca fechada e recluso, com seu diário oficial vazio.
Ele não apenas desapareceu da vida pública, mas também das mídias sociais, onde costumava ser extremamente ativo, mesmo realizando a maior parte de sua bem-sucedida campanha de 2018 online.
Ele não vai à cúpula do Grupo dos 20 em Bali, na Indonésia, onde o Brasil é representado por seu principal diplomata, Carlos Franca.
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