Militares do Brasil não encontram problemas com votação, mas veem riscos
Um relatório há muito aguardado das Forças Armadas do Brasil sobre a segurança do sistema de votação eletrônica do país não mencionou nenhum problema específico com a votação do mês passado, mas disse que havia vulnerabilidades no código que poderiam ser exploradas.
O relatório é fruto dos esforços do presidente Jair Bolsonaro, ex-capitão do Exército de extrema direita que perdeu a reeleição para o esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva, para fazer com que os militares identifiquem problemas com um sistema de votação que ele alega - sem prova - é passível de fraude.
As descobertas dos militares podem fornecer forragem para um pequeno, mas comprometido movimento de protesto entre os apoiadores de Bolsonaro que se recusam a aceitar a vitória de Lula em 30 de outubro e pediram a intervenção das Forças Armadas.
Lula, ex-presidente que toma posse novamente em 1º de janeiro, disse a jornalistas na quarta-feira que os manifestantes não tinham motivos para questionar o resultado da eleição, dizendo que os financiadores dos protestos deveriam ser investigados.
Em carta a Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal que preside o TSE, o ministro da Defesa, Paulo Nogueira, não citou problemas específicos encontrados na auditoria militar da votação.
Mas escreveu que "a ligação das urnas à internet, durante a compilação do código fonte e consequente geração de programas, pode configurar um risco relevante para a segurança do processo".
Ele acrescentou que "pelos testes de funcionalidade ... não é possível dizer que o sistema de votação eletrônica está livre da influência de qualquer código malicioso que possa alterar seu funcionamento".
Para resolver os dois problemas que mencionou, ele sugeriu que o TSE considerasse a criação de uma comissão especializada para vasculhar os resultados das eleições em busca de qualquer sinal de questões sinalizadas no relatório militar.
O gabinete de Bolsonaro não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
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