Mísseis DF-17 em exposição durante a parada militar. Acredita-se que o míssil seja capaz de lançar um "planador hipersônico" da borda do espaço
Mísseis DF-17 em exibição durante a parada militar. Acredita-se que o míssil seja capaz de lançar um "planador hipersônico" da borda do espaço IBTimes US

PONTOS CHAVE

  • Um dos mísseis hipersônicos chineses mais avançados supostamente está em serviço há mais de quatro anos
  • Uma fonte militar descreveu o míssil DF-27 como o "trunfo" da China
  • Documentos vazados do Pentágono reconheceram a existência e a capacidade do DF-27 de atacar o Havaí

Um míssil hipersônico chinês não revelado é capaz de atingir partes dos EUA e penetrar nas defesas americanas, de acordo com um relatório.

Uma fonte militar não identificada, que pediu anonimato devido à sensibilidade do assunto, disse ao South China Morning Post (SCMP) que a China está mantendo um de seus mísseis hipersônicos mais avançados, o DF-27, em segredo, embora tenha estado em serviço por mais de quatro anos.

O míssil DF-27 supostamente entrou em serviço antes de 2019, segundo a fonte. Mas foi seu antecessor, o DF-17, que ocupou o centro do palco durante o desfile militar do Dia Nacional da China naquele ano.

"O DF-27 estava em serviço na força de foguetes antes de 2019, mas o PLA [Exército de Libertação do Povo] não queria divulgar esse 'trunfo' tão cedo", afirmou a fonte do SCMP.

A fonte militar observou que o DF-27 tem características semelhantes ao seu antecessor, como ter um alcance de 1.500 quilômetros (930 milhas) e ser capaz de viajar a cinco vezes a velocidade do som. Ele também é capaz de transportar várias ogivas como o DF-21D, que é apelidado de "assassino de porta-aviões".

O Pentágono reconheceu pela primeira vez a existência do DF-27 em seu relatório anual para 2021, que observou que ele tinha um alcance entre 5.000 quilômetros e 8.000 quilômetros, o suficiente para atingir o Havaí a partir da China continental.

O míssil hipersônico chinês também foi mencionado em documentos de inteligência dos EUA que vazaram no início deste ano. Os documentos vazados dizem que o Exército Popular de Libertação da China realizou um teste DF-27 bem-sucedido em 25 de fevereiro e concluiu que havia uma "alta probabilidade" de penetrar nos sistemas de defesa antimísseis dos EUA.

"O PLA precisa realizar testes constantes dos mísseis DF-27, que tem um sistema operacional muito complexo, mesmo que esteja em uso há vários anos", disse a fonte quando questionada sobre os relatórios de inteligência dos EUA sobre o míssil chinês. .

O DF-27 não será direcionado aos estados dos EUA, mas sim às principais bases americanas no Japão e Guam, de acordo com o SCMP.

De acordo com Lu Li-shih, ex-instrutor da Academia Naval de Taiwan em Kaohsiung, os EUA estão cientes do plano do PLA de desenvolver um míssil hipersônico mais avançado há vários anos.

Em resposta ao DF-27, os EUA implantaram sistemas adicionais de Terminal High Altitude Area Defense (THAAD) em Guam, afirmou Lu.

"O sistema THAAD é capaz de interceptar alvos como o DF-26 e até mesmo o DF-27 quando os mísseis estão planando no meio do curso dentro ou fora da atmosfera", disse Lu.

Em março passado, a Air and Space Forces Magazine informou que o Pentágono está se preparando para revisar as defesas aéreas e antimísseis de Guam, investindo US$ 1,5 bilhão em um novo míssil e escudo aéreo no ano fiscal de 2024.

Michelle Atkinson, diretora de operações da Agência de Defesa contra Mísseis do Departamento de Defesa, citou ameaças regionais, "incluindo as da [República Popular da China]", como as razões pelas quais os EUA estão reforçando suas defesas em Guam.

Aviador encontrado morto na Base Aérea de Andersen em Guam
A Base Aérea de Andersen em Guam. IBTimes US