A morte da escritora Nelida Pinon, aqui fotografada em 2005, foi descrita como uma 'grande perda' para a literatura brasileira
A morte da escritora Nelida Pinon, aqui fotografada em 2005, foi descrita como uma 'grande perda' para a literatura brasileira AFP

A escritora brasileira Nelida Pinon, cuja obra foi traduzida para mais de 30 idiomas, morreu no sábado aos 85 anos, anunciou sua editora.

"Nelida Pinon morreu hoje num hospital de Lisboa. A causa da morte ainda não foi confirmada", refere a editora Record em comunicado.

Seu corpo será repatriado para o Brasil e ela será sepultada no mausoléu da Academia Brasileira de Letras (ABL), em um cemitério do Rio de Janeiro.

"É uma grande perda para a literatura brasileira. Ela foi provavelmente a maior escritora brasileira viva", disse o presidente da ABL, Merval Pereira, à Globonews, onde é colunista.

Nascida no Rio de Janeiro em 1937, Pinon recebeu em 2005 o Prêmio Príncipe das Astúrias de Literatura, considerado o equivalente espanhol ao Nobel, pelo conjunto de sua obra.

Pinon, cujo primeiro nome, Nelida, é o anagrama do de seu avô, Daniel, publicou cerca de vinte livros, entre eles os romances "A Casa da Paixão" (1972) e "A República dos Sonhos" (1984), inspirados em a história de sua família que emigrou da Galícia, Espanha, para o Brasil.

Ela também escreveu coleções de contos. Pioneira em vários aspectos, a escritora brasileira tornou-se, em 1998, a primeira mulher doutora honoris causa da Universidade de Santiago de Compostela.

Pinon ingressou na Academia Brasileira de Letras, o equivalente brasileiro da Academia Francesa, em 1989, e sete anos depois tornou-se a primeira mulher a presidi-la desde sua fundação, um século antes.