Número de mortos do tiroteio na escola no Brasil sobe para quatro após morte de professor
O número de mortos em um tiroteio em duas escolas no Brasil subiu para quatro neste sábado, depois que uma professora ferida no ataque por um atirador de 16 anos que usava símbolos nazistas morreu em decorrência dos ferimentos, disseram autoridades.
Autoridades da cidade de Aracruz, no Espírito Santo, disseram que alguns dos cerca de 10 feridos, incluindo três professores e um aluno, estavam em estado grave após o ataque de sexta-feira que chocou o país, que viu um aumento de tiroteios em escolas em anos recentes.
"Infelizmente, a tragédia de Aracruz ainda não acabou", disse o governador do estado, Renato Casagrande, no sábado.
"Com profundo pesar confirmamos o falecimento de mais uma vítima, a professora Flávia Amboss Mercon", tuitou o governador, que havia declarado luto de três dias no Espírito Santo.
O atirador era um ex-aluno da escola pública que atacou primeiro, onde atirou contra um grupo de professores, matando duas pessoas e ferindo outras nove. Ele então foi para uma escola particular próxima, onde matou uma adolescente e deixou várias outras pessoas feridas.
Ele foi preso e responderá pelos crimes de homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado, informou a polícia do Espírito Santo.
Parentes das outras três pessoas mortas realizaram velórios no sábado, segundo a mídia brasileira.
"Minha filha sempre foi luz e amor. Perdi minha filha para o ódio", disse Thais Sagrillo, mãe de uma menina de 12 anos assassinada, à Globonews.
O ataque foi o décimo segundo tiroteio em uma escola no Brasil desde 2002, segundo o instituto de pesquisas Sou da Paz.
Os ataques mais recentes estimularam pedidos de reforma da política de armas, com críticos atacando uma série de decretos presidenciais relaxando as regulamentações sobre armas de fogo e munições sob o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro.
O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que tem criticado duramente o relaxamento das leis de controle de armas pelo ex-capitão do exército, derrotou Bolsonaro nas eleições no mês passado.
Autoridades disseram que o atirador, filho de um policial, usou duas pistolas no ataque, ambas registradas em nome de seu pai - uma sendo sua arma de serviço e a outra uma arma registrada privadamente.
Casagrande disse que o menino parecia ter planejado o ataque com cuidado.
Imagens de câmeras de segurança veiculadas na mídia brasileira mostraram o atirador correndo para a escola vestido com uma camuflagem de estilo militar e brandindo uma arma.
Os investigadores disseram que ele tinha uma suástica em seu uniforme e que estavam investigando se ele tinha ligações com organizações extremistas.
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