Pelé, Rei Eterno Do Belo Jogo
Pelé foi o jogador de futebol mais amado de sua geração ou de qualquer outra, o eterno mestre do belo jogo.
Ele venceu a Copa do Mundo com o Brasil em 1958, 1962 e 1970, sua suntuosa gama de habilidades tornando-o a personificação da era de ouro do futebol de seu país.
Quando finalmente se aposentou em 1977, Pelé havia marcado mais de 1.000 gols.
Ele marcou 77 para o Brasil, marca só igualada na recente Copa do Mundo por Neymar.
Mas seu impacto em seu esporte foi muito além do campo, pois ele também se tornou um fenômeno lucrativo, emprestando seu nome a roupas esportivas, cartões de crédito e relógios, entre uma variedade de produtos.
Nascido Edson Arantes do Nascimento em outubro de 1940, Pelé jogou sua primeira partida pelo Santos aos 15 anos de idade em 1956.
Ele foi convocado para a seleção nacional um ano depois, marcando na estreia contra a Argentina. Em 1958, ele foi escolhido para a Copa do Mundo na Suécia.
Sua participação nas finais foi motivo de acirrado debate no Brasil, com muitos críticos questionando se o adolescente esguio estava pronto para as exigências físicas do torneio.
Recuperando uma lesão no joelho na chegada à Suécia, Pelé não esteve disponível nas duas primeiras partidas do Brasil.
Ele também poderia ter sido forçado a ficar de fora no terceiro jogo, contra a União Soviética, se o técnico Vicente Feola tivesse decidido seguir o conselho de um psicólogo da equipe que havia insistido que Pelé era "infantil" e não apto para o serviço.
No caso, Feola optou por interpretar o jovem e valeu a pena. Trabalhando em conjunto com Garrincha e suas famosas pernas dobradas, Pelé deu uma exibição virtuosa quando os soviéticos foram derrotados por 2 a 0.
Uma vez no time, Pelé impossibilitou que ele fosse afastado. Um gol da vitória nas quartas de final contra o País de Gales e um hat-trick na vitória por 5 a 2 sobre a França nas semifinais foram seguidos por mais dois na vitória final sobre a Suécia.
Com apenas 17 anos, Pelé se tornou o mais jovem vencedor da Copa do Mundo da história. Os próximos dois torneios, no entanto, seriam experiências infelizes.
Vinte e um na época da Copa do Mundo de 1962 no Chile, esperava-se que um Pelé mais velho e mais forte levasse o torneio como uma tempestade.
Ele deu um vislumbre tentador do que era capaz com um gol elétrico individual contra o México na vitória por 2 a 0 do Brasil na estreia.
Mas ele agravou uma lesão existente no segundo jogo, contra os tchecos, e foi forçado a ficar de fora até o final do torneio, enquanto seus compatriotas defendiam o título com sucesso.
A frustração de Pelé com o fato de a lesão ter limitado suas aparições no Chile não foi nada comparada à decepção doentia da Inglaterra em 1966, onde, desprotegido pelos árbitros, ele foi literalmente expulso do torneio.
Brutalmente agredido pela defesa búlgara no primeiro jogo, a ponto de ser forçado a perder o segundo jogo, o nadir foi contra Portugal.
Dois desafios paralisantes de João Morais deixaram Pelé choroso sendo carregado do campo de Goodison Park, em Liverpool, jurando nunca mais jogar uma Copa do Mundo.
"Não quero terminar minha vida como um inválido", disse ele.
Felizmente, a promessa desconsolada de Pelé provou ser uma ameaça vazia. Ele voltou quatro anos depois ao México para liderar o que é considerado o maior time de todos os tempos.
Enquanto 1966 era visto como uma vitória do cinismo, o torneio de 1970, e a contribuição vitoriosa de Pelé e do Brasil, tornaram-se sinônimo do belo jogo.
É uma prova da qualidade do jogo de Pelé no México que ele é lembrado tanto pelos gols que não marcou quanto pelos que marcou.
Uma tentativa ultrajante de chutar o goleiro da Tchecoslováquia de dentro de seu próprio meio-campo e um manequim mágico contra o Uruguai nas semifinais estão entre os melhores momentos da história da Copa do Mundo.
Embora continuasse jogando futebol em seu amado Santos e mais tarde no New York Cosmos, Pelé se aposentou da seleção em 1971, fazendo uma despedida emocionada diante de 180.000 torcedores no Maracanã, no Rio de Janeiro.
"Pelé foi o jogador mais completo que já vi", lembrou mais tarde o inglês Bobby Moore. "Ele tinha tudo."
Uma vez que seu heroísmo na Copa do Mundo terminou, Pelé, que foi apelidado de "O Rei" (O Rei) e terminou em 91 internacionalizações, ajudou a tentar iniciar uma revolução americana no futebol.
Em 1977, ele inspirou o New York ao título nacional em sua última temporada com o clube que contou com outros grandes nomes como Franz Beckenbauer, o atacante italiano Giorgio Chinaglia e o ex-capitão do Brasil Carlos Alberto.
Ele apareceu no filme Escape to Victory, de 1981, sobre prisioneiros de guerra aliados durante a Segunda Guerra Mundial, juntamente com nomes como Michael Caine, Sylvester Stallone e Moore.
Entre 1995 e 1998, chegou a ser Ministro Extraordinário do Esporte, ao mesmo tempo em que aparecia regularmente em público como embaixador de inúmeras marcas comerciais.
Ele sofreu uma série de problemas de saúde mais tarde na vida, passando por uma cirurgia nos quadris, pedras nos rins e um tumor no cólon.
Isso não o impediu de viver a vida ao máximo, e ele se casou pela terceira vez em 2016, amarrando o nó com Marcia Aoki.
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