Presidente do Chile visita região revoltosa reivindicada por grupos indígenas
O presidente do Chile, Gabriel Boric, iniciou nesta quinta-feira sua primeira visita à região sul da Araucanía, assolada pela violência ligada a grupos indígenas radicais.
O esquerdista Boric enviou soldados para a região e reimpôs medidas de emergência no início deste ano após uma série de ataques incendiários.
No Twitter, o presidente disse que sua visita visa "fortalecer o trabalho interministerial com base nas prioridades de nosso governo na região, com foco nas pessoas e na segurança".
Sua visita à região, no centro do Chile, várias centenas de quilômetros ao sul de Santiago, só foi confirmada na noite de quarta-feira por motivos de segurança.
Ele vem após outra série de ataques incendiários, inclusive contra uma escola e uma igreja, além de vários bloqueios de estradas.
A região densamente arborizada é sede de reivindicações territoriais dos Mapuche, o maior grupo indígena do Chile.
A Coordenação Arauco Malleco (CAM), um dos principais grupos mapuche da região, divulgou nesta quarta-feira um comunicado contra a visita de Boric.
Ele disse que sua viagem "obedece aos interesses da oligarquia, o poder dos grupos econômicos que se opõem diretamente à causa mapuche".
Boric planeja se reunir com líderes locais e vítimas do conflito.
No século XVI, os mapuches resistiram à expansão espanhola em seus territórios, mas foram finalmente subjugados em 1870 pelo exército chileno, que posteriormente começou a instalar colônias na região.
A restituição dessas terras ancestrais está no centro da luta mapuche.
Grupos radicais realizam ataques incendiários regulares a madeireiras da região e também impedem que pessoas de fora entrem na área sem autorização prévia.
Dois dias depois que Boric assumiu o cargo em março, a ex-ministra do Interior Izkia Siches foi forçada a desistir de uma visita proposta à região depois que tiros foram disparados para o ar para intimidar seu partido.
O antecessor de Boric, Sebastian Piñera, deslocou os militares para a Araucania pela primeira vez em outubro de 2021 e, embora o novo presidente tenha encerrado esse movimento, ele foi forçado a recuar em maio.
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