Quatro mortos em tentativa fracassada de golpe de Estado em São Tomé
Quatro pessoas foram mortas numa tentativa falhada de golpe de Estado em São Tomé, informou a agência noticiosa estatal STP-Press, dando conta do balanço do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas.
Os militares, que na sexta-feira frustraram uma tentativa de golpe no pequeno arquipélago de língua portuguesa na África central considerado um farol da democracia, anunciaram que "quatro vidas humanas foram perdidas" após "trocas de tiros" em um local militar.
O Primeiro-Ministro Patrice Trovoada disse à STP-Press que "quatro cidadãos" e 12 soldados e combatentes do Batalhão Buffalo oficialmente dissolvido da África do Sul estiveram envolvidos na tentativa de golpe durante a noite.
No domingo, o exército disse que 12 soldados em serviço estavam envolvidos.
Eles foram "neutralizados e capturados" depois de tentar invadir locais militares e três deles morreram devido aos ferimentos, apesar dos esforços do exército para preservar suas vidas, levando-os ao hospital, acrescentou Trovoada.
Uma das vítimas foi Arlecio Costa, que já serviu como mercenário no Batalhão Buffalo do apartheid da África do Sul, dissolvido em 1993. Trovoada o acusou de ser um dos líderes.
O Exército disse que Costa - também detido em 2009 por acusações de planejar um golpe - morreu após sua prisão na sexta-feira depois de "pular de um veículo", sem dar mais detalhes.
Trovoada disse que o ex-presidente da Assembleia Nacional cessante, Delfim Neves, também foi uma das várias pessoas presas após o ataque ao quartel-general do Exército, em uma mensagem de vídeo na sexta-feira confirmada pelo ministro da Justiça.
Uma fonte judicial disse à AFP que foram instaurados dois inquéritos para apurar o alegado ataque a um quartel militar em São Tomé e a "tortura" e "assassinato" de quatro suspeitos.
O governo condenou no domingo o que chamou de "tentativa violenta de subverter a ordem constitucional", dizendo que as mortes e a tentativa de golpe seriam investigadas.
Acrescentou que uma equipa internacional se desloca ao arquipélago para apoiar os investigadores e apelou aos serviços hospitalares para o acompanhamento dos corpos das vítimas.
Uma moradora falando anonimamente à AFP por telefone disse ter ouvido "disparos de armas automáticas e pesadas, além de explosões, por duas horas dentro do quartel-general do exército" na capital do país.
Na mensagem vídeo, autenticada e enviada à AFP pelo gabinete de imprensa do primeiro-ministro são-tomense, Trovoada aparece sentado a uma secretária dizendo que quer "tranquilizar" a população e "a comunidade internacional".
Trovoada disse inicialmente que um soldado havia sido "feito como refém" e ferido, mas "poderia retomar suas atividades em alguns dias".
Uma ex-colônia portuguesa no Golfo da Guiné, a nação de cerca de 215.000 pessoas é profundamente pobre e depende da ajuda internacional, mas também é elogiada por sua estabilidade política e democracia parlamentar.
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