Reino Unido e Coreia do Sul fazem declaração conjunta sobre transição para energia limpa
O Reino Unido e a Coreia do Sul fizeram uma declaração conjunta delineando planos de cooperação na transição para um futuro de energia limpa baseado em tecnologia renovável e nuclear.
Após uma visita à Coreia do Sul, o secretário de segurança energética do Reino Unido, Grant Shapps, afirmou a importância da cooperação internacional que leva ambas as nações à "independência energética" do fornecimento de gás russo, concentrando-se no desenvolvimento de tecnologias renováveis e nucleares para alcançar a segurança energética de ambos nações.
Motivado por preocupações geopolíticas sobre a dependência da energia russa e preocupações ambientais com as mudanças climáticas, Shapps se reuniu com Lee Chang-yang, ministro de Comércio, Indústria e Energia da Coreia do Sul. As duas nações apresentaram uma declaração conjunta identificando a necessidade de uma transição da dependência de combustíveis fósseis para um futuro energético de baixo carbono.
Shapps está determinado a encorajar a Coreia do Sul a se juntar à "aliança de poder após o carvão" (PPCA). Isso implicaria que a Coreia do Sul adiasse sua "data de eliminação da energia do carvão" de 2050 para 2030. A aliança PPCA foi lançada pelos governos britânico e canadense em 2017 na COP23 e faz parte do esforço internacional para cumprir o Acordo de Paris. O PPCA defende o objetivo de eliminar o carvão como fonte de energia até 2030 na UE e na OCDE.
Contexto internacional e nacional
A visita de Shapps segue a recente adesão do Reino Unido ao Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Trans-Pacífico (CPTPP) e também vem antes da próxima reunião do G7 em Sapporo. Nos dias 15 e 16 deste mês, no "Encontro de Clima, Energia e Meio Ambiente", os ministros do G7 devem discutir planos de energia limpa e Net Zero em adesão ao Acordo de Paris.
Além disso, o governo do Reino Unido publicou recentemente seu plano de "Powering Up Britain". Motivado pela invasão da Ucrânia por Putin e as tensões subsequentes na segurança energética, o plano também envolve o objetivo de aumentar o fornecimento de energia barata de baixo carbono. O objetivo é tornar a Grã-Bretanha uma nação líquida zero até 2050 e fornecer alguns dos preços de energia no atacado mais baratos até 2035.
Motivação
De acordo com Shapps, estamos nos aproximando do ponto em que permanecer dependente da energia do carvão e do gás "não faz mais sentido econômico, muito menos ambientalmente". Conseqüentemente, ele subseqüentemente as oportunidades econômicas para a Grã-Bretanha e a Coréia do Sul se afastando dos combustíveis fósseis.
Além de se referir às motivações ambientais e econômicas, Shapps também enfatizou a necessidade geopolítica de "redobrar" as medidas tomadas contra o "armamento" dos mercados de energia pela Rússia de Putin. De acordo com Shapps, reduzir a dependência de combustíveis fósseis e avançar para os renováveis irá "isolar a Rússia de Putin" dentro do sistema internacional.
Em termos de interesses britânicos, a visita de Shapps permitiu ao Reino Unido demonstrar sua atratividade para investidores estrangeiros no setor de energia renovável, além de mostrar à comunidade internacional mais ampla o potencial do Reino Unido para liderar na criação de formas mais limpas de segurança energética que permitem às nações evitar a dependência da Rússia.
Renováveis e Nucleares
O Reino Unido e a Coreia do Sul já colaboram nos mercados de energia, com 60% dos contratos sul-coreanos de engenharia eólica offshore assinados por empresas britânicas, e a Coreia do Sul investindo na energia eólica offshore do Reino Unido. Atualmente, a Coréia do Sul está desenvolvendo 25 projetos eólicos offshore, com o objetivo de fornecer "12 GW de energia eólica offshore até 2030". O Reino Unido pretende fornecer 50 GW de energia eólica offshore até 2050, mais de três vezes os atuais 14 GW.
Shapps apontou o exemplo do investimento de £ 515 milhões da SeAH Wind em uma fábrica em Teesside, onde a fabricação de turbinas eólicas offshore deve ocorrer. Crucialmente, o Reino Unido é um líder internacional em energia eólica offshore, com o Reino Unido perdendo apenas para a China em termos de capacidade eólica offshore. Por exemplo, a EnBW e a BP têm planos para projetos eólicos offshore no Reino Unido.
A declaração conjunta afirmou o "acordo unido" entre as duas nações de que o fornecimento de energia nuclear é um fator chave que ajudará a criar "energia segura e acessível". As duas nações também estão definidas para criar uma parceria de três décadas em energia nuclear, que deve cobrir os padrões e regulamentos de segurança. Os planos incluem o acordo para construir cadeias de suprimentos robustas, bem como o compartilhamento dos mais recentes desenvolvimentos em tecnologias nucleares civis avançadas.
Além disso, foi alcançado um acordo para "acelerar as discussões" sobre a participação da Coréia do Sul nos planos de energia nuclear do Reino Unido.
De forma mais ampla, a criação do "Great British Nuclear" (GBN) é uma das propostas do plano Powering Up Britain. A GBN será "responsável por impulsionar a entrega de novos projetos nucleares", garantindo que a Grã-Bretanha atenda às demandas da concorrência global.
Por fim, as duas nações discutiram a perspectiva de cooperação em energia de hidrogênio. O ministro Lee destacou as diferentes competências da Coreia do Sul e do Reino Unido e o subsequente potencial para o intercâmbio mútuo de capacidades tecnológicas.
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