Reuniões da Copa do Mundo podem alimentar a mais recente onda de COVID do Brasil, alertam especialistas
O Brasil enfrenta uma nova onda de casos de COVID no momento em que a nação enlouquecida por futebol está se reunindo em massa para seguir a Copa do Mundo, com novas subvariantes de coronavírus e reforços de vacinas atrasados aumentando os alarmes entre os especialistas em saúde pública.
Nos dias de jogo da Copa do Mundo, muitos brasileiros tiram folga do trabalho para ir a bares e restaurantes ou se reunir para churrascos em casa para assistir aos jogos, torcendo por uma seleção que busca seu hexacampeonato mundial no Catar.
Os novos casos de COVID no Brasil aumentaram 230% na semana passada desde o início de novembro, para um nível não visto desde agosto, segundo dados oficiais. As mortes relacionadas saltaram para 116 na terça-feira, de um dígito em outubro.
"Em todo ajuntamento há uma grande possibilidade de transmissão, porque é muito fácil pegar", disse Margareth Dalcolmo, da Fundação Oswaldo Cruz, centro de pesquisas biomédicas do Rio de Janeiro.
A ANVISA, reguladora da saúde brasileira, anunciou na noite de terça-feira que as máscaras faciais seriam novamente exigidas nos aeroportos e em todos os voos para impedir a propagação do vírus.
Também decidiu na terça-feira aprovar o uso de duas novas vacinas feitas pela Pfizer Inc que protegem contra as subvariantes Omicron BA.1 e BA.4/BA.5, bem como o vírus original, para serem usadas como reforços.
Especialistas dizem que o atraso no lançamento de vacinas para combater novas variantes altamente infecciosas contribuiu para o aumento de contágios.
Quase 690.000 brasileiros morreram de COVID, o segundo maior número oficial de mortes no mundo, atrás dos Estados Unidos.
Novas infecções no Brasil são causadas principalmente pela cepa BQ.1 da cepa Omicron subvariante BA.5, causando sintomas mais leves em pessoas que foram totalmente vacinadas. É provável que isso se traduza em menos mortes do que nas ondas anteriores, embora os hospitais estejam recebendo um número crescente de pacientes, disseram autoridades de saúde.
Com a estreia do Brasil no Qatar na quinta-feira, os especialistas recomendaram que os torcedores usem máscaras se estiverem em ambientes fechados e tomem todos os cuidados de higiene necessários para evitar o contágio.
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