Russos que lutam do lado da Ucrânia negam ser traidores: eles estão lutando 'contra o mal'
PONTOS CHAVE
- O porta-voz da legião, César, disse que é um 'verdadeiro patriota' que está 'pensando no futuro do meu país'
- César disse que há 'várias centenas' de russos na legião
- Cada membro da legião foi submetido a várias rodadas de entrevistas e um teste de polígrafo
Os russos que lutam ao lado das forças ucranianas negam que sejam traidores, argumentando que se juntaram à guerra para lutar "contra o mal", segundo um relatório.
Os russos que têm lutado contra seu próprio país na guerra fazem parte da legião da "Liberdade da Rússia" da Ucrânia. Apesar de lutar contra o presidente russo Vladimir Putin e seu exército, o porta-voz da legião, conhecido apenas como César, nega que eles sejam traidores.
"Não estou lutando contra minha pátria. Estou lutando contra o regime de Putin, contra o mal", disse César, conforme citado pelo The Kyiv Post . "Não sou um traidor. Sou um verdadeiro patriota russo que pensa no futuro do meu país."
Não se sabe muito sobre a legião da Liberdade da Rússia. Também não está claro quantos russos a legião tem. César, no entanto, afirmou que a legião "Liberdade da Rússia" tem cerca de "várias centenas" de russos e que eles foram enviados para a região temporariamente ocupada de Donbass em maio, após passarem por dois meses de treinamento.
César, que já trabalhou como fisioterapeuta em São Petersburgo, disse que seus compatriotas estão sofrendo sob o regime de Putin.
"A Rússia está morrendo. Vá para as aldeias, você verá bêbados, viciados em drogas, criminosos. As pessoas estão sofrendo", disse César ao The Moscow Times .
"O sistema [de Putin], seu governo, seus deputados. Toda a merda. Eles são perdedores, corruptos, ladrões, que só pensam em viver por dinheiro e prazer. Não é maneira de governar um país", acrescentou.
Alguns dos soldados da legião estão atualmente ajudando as forças ucranianas a defender a cidade de Bakhmut, que tem sido palco de batalhas ferozes nos últimos meses.
Cada recruta russo que se juntou à legião foi submetido a várias rodadas de entrevistas, testes psicológicos e um polígrafo para garantir sua lealdade, disse um oficial ucraniano.
Os soldados russos que lutam pela Ucrânia podem enfrentar consequências mais duras do que as forças ucranianas se forem capturados por seus compatriotas.
No mês passado, um vídeo viral intitulado O Martelo da Vingança mostrou um mercenário de Wagner assassinando brutalmente Yevgeny Nuzhin, de 55 anos, com uma marreta depois que ele decidiu mudar de lado e "lutar contra os russos".
Sua execução foi posteriormente confirmada e aplaudida pelo fundador de Wagner, Yevgeny Prigozhin, que rotulou Nuzhin de traidor.
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