O ministro do Interior da Venezuela, Remigio Ceballos, disse que um dos dois pistoleiros confessou o assassinato de um promotor paraguaio
O ministro do Interior da Venezuela, Remigio Ceballos, disse que um dos dois pistoleiros confessou o assassinato de um promotor paraguaio AFP

Um suspeito do assassinato de um promotor antidrogas paraguaio morto a tiros durante a lua de mel em uma ilha caribenha confessou ter aceitado US$ 8.000 pelo assassinato do tipo execução, informou a Venezuela na quinta-feira.

O ministro do Interior da Venezuela, Remigio Ceballos, compartilhou um vídeo com jornalistas no qual Gabriel Carlos Luis Salinas Mendoza, cidadão venezuelano preso em Caracas na terça-feira, aparece confessando sua participação no crime.

"Alugamos um jet ski, fomos à praia de Baru (na Colômbia) e executamos" o crime, Salinas, um dos dois supostos assassinos, é visto contando aos interrogadores.

Depois, "consegui $ 8.000 e vim para a Venezuela" do outro lado da fronteira.

Pecci, de 45 anos, foi atingido por dois tiros enquanto relaxava em uma praia idílica de uma ilha com sua esposa, a jornalista paraguaia Claudia Aguilera, em maio.

O casal se casou em 30 de abril na cidade vizinha de Cartagena.

Aguilera, que estava grávida na época, contou que dois homens chegaram à praia em um jet ski ou em um pequeno barco. Um se aproximou de Pecci e, "sem dizer uma palavra", atirou nele duas vezes.

Salinas é acusado de ter conduzido o jet ski.

Ele afirma no vídeo que atuava para um homem chamado Francisco Correa, conhecido como "El Monin".

Ceballos disse que Salinas será julgado na Venezuela, onde a lei proíbe a extradição para outros países.

A investigação ainda não identificou os mandantes do crime. Os Estados Unidos ofereceram uma recompensa de US$ 5 milhões por informações sobre os responsáveis.

Pecci se especializou em crime organizado, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.

Na época de seu assassinato, a procuradora-geral do Paraguai, Sandra Quinonez, disse que Pecci havia obtido condenações importantes em uma campanha de 11 anos contra o crime transfronteiriço e o tráfico de drogas.

A Colômbia, maior produtora de cocaína do mundo, enfrenta uma onda de violência, apesar de um acordo de paz de 2016 que desarmou o grupo guerrilheiro FARC e encerrou um conflito civil de quase seis décadas.

A luta por território e recursos continua em partes do país entre guerrilheiros dissidentes das FARC, o grupo rebelde ELN, forças paramilitares e cartéis de drogas, principalmente nas áreas fronteiriças com a Venezuela.

Por sua vez, o Paraguai sem litoral - aninhado entre Brasil, Bolívia e Argentina - tornou-se uma importante plataforma de lançamento de drogas destinadas à Europa.

Paraguai e Colômbia fortaleceram recentemente a cooperação na luta contra o crime organizado e transfronteiriço.