Taxa de pobreza na Venezuela cai para 50,5% em 2022 -estudo

A pobreza na Venezuela caiu para 50,5% em meio à recuperação econômica do país sul-americano, embora a desigualdade de renda tenha continuado a aumentar, de acordo com um estudo da Pesquisa Nacional de Condições de Vida (ENCOVI), publicado na quinta-feira.

A Venezuela, com uma população de 28 milhões, luta há anos sob o colapso econômico, levando cerca de 7 milhões de pessoas a fugir do país.

Em 2021, 65,2% dos habitantes do país viviam na pobreza, segundo o estudo, produzido pela unidade de investigações sociais da Universidade Católica Andrés Bello (UCAB).

O estudo ENCOVI, realizado desde 2014, conversou com cerca de 2.300 famílias em todo o país entre julho e agosto deste ano.

A economia cresceu desde o final do ano passado, já que a dolarização de fato forneceu oxigênio para empresas em dificuldades depois que o governo afrouxou os controles cambiais em 2019.

"A economia pode estar melhorando, mas as coisas não estão melhorando para as famílias", disse o investigador do ENCOVI, Luis Pedro Espana, durante a apresentação do relatório na universidade.

Somente o crescimento econômico sustentado e a inclusão social podem mudar as coisas para os pobres da Venezuela, acrescentou.

A desigualdade de renda continua, disse Espana, explicando que enquanto os 10% mais ricos do país ganham em média US$ 553,20 por mês, os 10% mais pobres sobrevivem com apenas US$ 8 por mês.

A insegurança alimentar diminuiu um pouco em 2022, segundo o estudo, com 21,9% dos lares dizendo que não estavam preocupados em ficar sem comida, em comparação com 11,8% em 2021.

No entanto, sem políticas sociais que incluam os cidadãos, essas melhorias podem não se expandir ainda mais, disse Espana.

O ministério da comunicação não respondeu a um pedido de comentários.

Apesar de uma perspectiva mais otimista, o estudo não previu uma onda de migrantes retornando à Venezuela, citando a contínua incerteza econômica e os custos potenciais de tentar voltar.