Tempos de vacas magras: Papais Noéis do Rio fazem fila para presentes nutritivos. Para eles mesmos
Mais conhecidos por dar do que receber, os Papais Noéis do Rio de Janeiro fazem fila para receber presentes para si mesmos: cestas básicas para ajudá-los nos tempos de pandemia.
Recentemente, os Papais Noéis da cidade brasileira tiveram que apertar o cinto porque o trabalho, limitado a algumas semanas por ano, secou.
Durante a crise do Covid-19, os Papais Noéis "ficaram sem trabalho" com o cancelamento dos eventos de fim de ano, explicou Limachem Cherem, diretor da Escola Rio Papai Noel.
A escola ensina dezenas de papais noéis profissionais a cantar, atuar e personificar melhor o homem alegre, de bochechas coradas e barbudo do Pólo Norte.
Em seguida, são contratados por shopping centers, hospitais ou creches para distribuir presentes às crianças.
Em 2020 e 2021 foram poucos esses eventos devido à pandemia que causou quase 700 mil mortes no Brasil.
Naqueles anos difíceis, "conseguimos apenas cinco dos 30 contratos habituais, e os (Papais Noéis) que trabalhavam só podiam cumprimentar as crianças por uma janela. Foi muito triste", disse Cherem, cuja escola já formou quase mil Papais Noéis em três décadas.
Há mais eventos este ano, mas os Papais Noéis - muitos deles idosos aposentados - perderam dois anos de renda que estão lutando para recuperar.
Assim, a escola decidiu distribuir cestas básicas patrocinadas para aliviar a carga.
Entre os agradecidos receptores estava Paulo Roberto Santos, Papai Noel de 63 anos com uma espessa barba grisalha.
"Vejo isso como um reconhecimento do trabalho que o Papai Noel faz para levar alegria às crianças, mas também aos adultos", disse ele à AFP enquanto recebia uma cesta de alimentos na terça-feira.
Acrescentou o colega de Papai Noel Sérgio Lins, 71: "É bom receber, é bom dar, agradeço muito essa cesta."
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