Tribunal do Mali condena 46 soldados da Costa do Marfim a 20 anos de prisão
Um tribunal do Mali condenou 46 soldados da Costa do Marfim cuja detenção no Mali desencadeou uma disputa diplomática entre os dois países a 20 anos de prisão, disse o promotor público na sexta-feira.
Três mulheres soldados do grupo original detido em julho, e que foram libertadas no início de setembro, foram condenadas à morte à revelia.
O julgamento dos 46 soldados da Costa do Marfim terminou na sexta-feira, após a abertura na capital, Bamako, na quinta-feira.
O processo judicial ocorreu antes do prazo de 1º de janeiro estabelecido pelos líderes da África Ocidental para o Mali libertar os soldados ou enfrentar sanções.
Os marfinenses foram considerados culpados de "ataque e conspiração contra o governo" e tentativa de minar a segurança do Estado, disse o promotor público Ladji Sara em um comunicado.
O processo judicial foi realizado a portas fechadas e sob forte esquema de segurança, observou um jornalista da AFP.
Quarenta e nove soldados da Costa do Marfim foram detidos depois de chegarem ao aeroporto de Bamako em 10 de julho. Três deles, todas mulheres, foram posteriormente libertados.
Os restantes, rotulados pela junta do Mali como "mercenários", foram acusados no mês seguinte de tentar minar a segurança do Estado.
A Costa do Marfim e as Nações Unidas dizem que as tropas foram enviadas para fornecer segurança de backup de rotina para o contingente alemão da missão de paz da ONU no Mali.
A briga aumentou em setembro, quando fontes diplomáticas na região disseram que Mali queria que a Costa do Marfim reconhecesse sua responsabilidade e expressasse pesar pelo envio de soldados.
Bamako também queria que a Costa do Marfim entregasse pessoas que estavam em seu território desde 2013, mas que são procuradas no Mali, disseram.
Uma delegação da Costa do Marfim viajou ao Mali na semana passada para conversar sobre a crise, e o Ministério da Defesa da Costa do Marfim disse que ela está "a caminho de ser resolvida".
Um acordo alcançado na semana passada entre o Mali e a Costa do Marfim deixa em aberto a possibilidade de um perdão presidencial ao líder da junta do Mali, Assimi Goita, que deve fazer um discurso nacional no sábado.
Em 4 de dezembro, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) estabeleceu o dia de Ano Novo como prazo para a libertação dos soldados, sob pena de o bloco impor novas sanções contra o Mali.
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