Tribunal dos EUA ouve depoimento sobre estatuto diplomático de aliado de Maduro na Venezuela
Um tribunal dos Estados Unidos começou nesta segunda-feira a ouvir depoimentos de autoridades venezuelanas sobre a situação diplomática de Alex Saab, um aliado do presidente Nicolás Maduro, que está em uma prisão de Miami aguardando julgamento sob a acusação de lavagem de dinheiro.
Os advogados de Saab pediram ao juiz distrital dos EUA, Robert Scola, que rejeitasse a acusação, argumentando que Saab estava em missão diplomática no Irã para comprar combustível e suprimentos humanitários quando foi preso enquanto seu avião reabastecia nas ilhas de Cabo Verde no Oceano Atlântico.
Os promotores dos EUA disseram que Saab, um empresário nascido na Colômbia que foi extraditado em 2021 de Cabo Verde, desviou cerca de US$ 350 milhões da Venezuela através dos Estados Unidos como parte de um esquema que envolvia subornar funcionários do governo venezuelano.
A funcionária do arquivo do Ministério das Relações Exteriores, Maria Gonzalez, apareceu via Zoom na audiência e, quando mostrou documentos referindo-se a Saab como diplomata, ela os descreveu como autênticos.
"É uma carta que o ministro Jorge Arreaza outorga ao senhor Alex Saab onde ele se atribui o papel de enviado especial para fazer as negociações para a compra de alimentos e remédios", disse Gonzalez, referindo-se ao ex-chanceler.
Os promotores disseram que Saab não deveria ser reconhecido como diplomata e contestam a veracidade dos documentos fornecidos pela defesa.
Os promotores disseram que uma cópia digital de um Diário Oficial, uma publicação do governo que registra as nomeações do governo venezuelano, foi alterada para incluir sua designação como diplomata e que o documento original não faz essa referência.
As evidências fornecidas pela defesa de Saab mostraram, na melhor das hipóteses, que ele tinha o status de diplomata de "missão especial" e isso não fornece imunidade diplomática sob a Convenção de Viena, disseram os promotores.
Os aliados de Maduro caracterizaram a busca de Washington pela Saab como parte de uma "guerra econômica" contra a Venezuela sendo travada pelo governo dos EUA. Washington considera a reeleição de Maduro em 2018 uma fraude e no ano seguinte impôs sanções petrolíferas e financeiras ao país com a intenção de derrubá-lo.
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