O logotipo da Nord Stream é visto na sede da Nord Stream AG em Zug
O logotipo da Nord Stream é visto na sede da Nord Stream AG em Zug, Suíça, em 1º de março de 2022. Reuters

Investigadores encontraram vestígios de explosivos no local dos gasodutos Nord Stream danificados, confirmando a sabotagem, disse um promotor sueco na sexta-feira.

As autoridades suecas e dinamarquesas estão investigando quatro buracos nos oleodutos Nord Stream 1 e 2, que ligam a Rússia e a Alemanha através do Mar Báltico e se tornaram um ponto crítico na crise da Ucrânia, já que o fornecimento de gás na Europa é escasso.

A Dinamarca disse no mês passado que uma investigação preliminar mostrou que os vazamentos foram causados por fortes explosões.

"A análise agora realizada mostra vestígios de explosivos em vários dos objetos que foram recuperados", disse o Ministério Público sueco em comunicado, acrescentando que as descobertas estabelecem o incidente como "sabotagem grosseira".

Ele disse que a investigação contínua determinaria se seria possível identificar os responsáveis.

A cooperação com as autoridades da Suécia e de outros países está indo muito bem, disse o promotor Mats Ljungqvist.

A promotoria se recusou a fazer mais comentários, inclusive sobre quais explosivos teriam sido usados para danificar os oleodutos.

A Rússia vai esperar até que uma avaliação completa dos danos seja feita antes de decidir sobre os reparos, se houver, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, na sexta-feira.

"O próprio fato de que os dados já começaram a chegar, a favor da confirmação de um ato subversivo ou terrorista... mais uma vez confirma a informação que o lado russo tem", disse Peskov em sua ligação diária com repórteres.

"É muito importante não parar, é muito importante encontrar quem está por trás dessa explosão."

Nem a Gazprom, nem o Nord Stream 1 e 2 responderam aos pedidos de comentários da Reuters.

Sismólogos na Dinamarca e na Suécia disseram anteriormente que haviam registrado tremores nas imediações dos vazamentos e que os sinais não se assemelhavam aos de terremotos.

A polícia dinamarquesa se recusou a comentar as descobertas suecas.

As rupturas de 26 de setembro dos oleodutos do fundo do mar, expelindo gás no oceano que borbulhou na superfície na semana seguinte, desencadearam alertas de perigo público e temores de danos ambientais.

Uma seção medindo pelo menos 50 metros (164 pés) está faltando no Nord Stream 1, informou o jornal sueco Expressen em 18 de outubro, depois de filmar o que disse serem as primeiras imagens divulgadas publicamente dos danos.

O Ministério da Defesa da Rússia disse no mês passado que o pessoal da marinha britânica explodiu os oleodutos, uma alegação que Londres disse ser falsa e destinada a desviar a atenção dos fracassos militares russos na Ucrânia.